terça-feira, 23 de junho de 2009

A ( poética ) Arte de Marcos Quinan

Brasis

Maria Fragmentada

Pátria Triste
Na foto:Poeta Quinan.
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"Amanhã com quem será?" > Alanyse Tavares


Como perguntei anteriormente:- amanhã com quem será?
Acabou de acontecer com o Biratan Porto:

“Nova administração da Estação das Docas (Pará 2000) do Partido Verde cancela a pauta que já estava marcada para exposição ecológica do 2° Salão de Humor da Amazônia. Evento que foi um sucesso no ano passado e que teve a participação de cartunistas de 46 países.
Isso sem mesmo conhecer o projeto deste ano.
Bem, por falta de espaço este Salão de Humor que já nasceu grande não deixará de acontecer.
Aguardem.
Biratan Porto -Coordenador do Salão de Humor da Amazônia.

Agora foi com os cartunistas?

Amanhã com quem será?
Será que é a nova Política de Cultura?

alanyse@superig.com.br

Festival de Rock Independente CCAA FEST



INSCRIÇÕES ABERTAS!
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O festival de rock independente CCAA FEST chega a sua 4ª edição mais uma vez abrindo espaço para as bandas autorais. O evento iniciou-se em 2006, e desde então, vem sendo aclamado por público e crítica. Além do festival ser considerado um grande celeiro de novas bandas, ele vem sendo prestigiado por ser um dos responsáveis pelo fortalecimento da cena independente de Belém, fazendo com que muitas bandas valorizem as suas composições e sintam-se felizes em sair da garagem para mostrar as suas músicas para o público.

O show que reúne as quinze melhores bandas, segue um processo rigoroso de seleção que dura cerca de um mês, entre as audições, em estúdio de som e áudio, e a votação do júri técnico, formado por músicos profissionais e produtores culturais de incontestável idoneidade.

O ecletismo é um ponto marcante deste festival, que vai do gênero ao tempo de existência, passando pela origem das bandas. Das quinze que se apresentaram no festival do ano passado, todas trouxeram influências variadas do rock'n roll, que iam do balanço do pop rock, até os acordes mais altos do heavy metal. Bandas como o Vinil Laranja (que nesse ano fizeram show até nos Estados Unidos) e o Tenebrys, que veio com a proposta pesada e cadênciada do Doom Metal, um estilo bem peculiar diga-se de passagem, foram agraciados com o primeiro e segundo lugar, respectivamente.

O grande sucesso do evento se dá por conta da seriedade com que o CCAA trata a musica produzida no Pará. A banda vencedora recebe como prêmio, do CCAA FEST, a gravação em estúdio de um CD e todas as bandas participantes recebem uma bolsa de inglês do CCAA para um de seus integrantes.

As 15 bandas selecionadas participarão de oficinas de Produção Cultural, Roadie, Manutenção de equipamento, entre outras. Tudo isso porque o CCAA e a Escola de música AM&T querem investir na profissionalização da cadeia produtiva da música.

A escola AM&T é a mais nova parceria do festival. Juntando-se aos já parceiros Ná Figueredo e IESAM. Outras ainda estão por vir.
Inscrições pelo site www.ccaabelem.com.brBoa sorte!Mais informações Gláfira Lôbo(91)9962-9509(91)8812-0436

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Jul (h) iana


riso
que
convida:
julho
vento
sol
e
mar
com
a
voz
de
lua...
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segunda-feira, 22 de junho de 2009

Compromissos "Se Rasgum" Na Funtelpa?

Na foto: Regina Lima > Presidente da Fundação de Telecomunicações do Pará > Funtelpa
Para o Sr. Ronaldo Franco:

Abaixo a Nota sobre o cancelamento das Seletivas face ao não cumprimento do acordo entre a FUNTELPA e a Organização do Festival.
Esse é mais um fato que demonstra o descompromisso que Dona Regina Lima tem com a cultura paraense.
Parece que a história se repete. Mais uma vez “montam” nos cargos públicos e os usam como seu império.
Como se a coisa pública fosse e pudesse ficar a mercê dos caprichos de quem nele se instala.
E pensar que ainda teremos que aturar esses desmandos durante mais um ano e meio.
É o caso de pensar se a mudança que pensávamos, está valendo a pena.
Essa nota saiu nos dois principais jornais de hoje.
Caso não tenham lido, tá aí.
Hoje foi com o Festival Se Rasgum, e amanhã com quem será?
Se acharem pertinente e se por ventura também tenham achado um absurdo, divulguem.
Quem sabe pode acontecer com vcs... Ou com qualquer outra manifestação artística.

Abraços
Lanny Tavares

alanyse@superig.com.br


NOTA DE ESCLARECIMENTO

Com muita tristeza, a organização do Festival Se Rasgum é obrigada a anunciar o cancelamento das seletivas programadas em parceria com a Funtelpa – Rádio, TV e Portal Cultura. Não foi uma decisão que partiu de nós, mas da falta de organização e de incentivo da rede de comunicação estatal para as bandas novas, de Belém e do interior, que trabalham com músicas próprias e com uma nova linguagem na música paraense.

Funcionários de dentro das emissoras Cultura, que nos incentivaram e trabalharam para que houvesse o programa, também não podem mais fazer nada, pois infelizmente um acordo que já estava feito foi rompido por uma decisão unilateral e centralizadora. Tudo o que podemos fazer agora é pedir desculpas a todas as bandas e pessoas envolvidas, além de garantir que nós faremos essa seletiva, sim, e que as bandas se apresentarão e terão outras boas oportunidades também.

Se há um objetivo que sempre ficou transparente na Dançum Se Rasgum Produciones foi o de que nós nos preocupamos com a música. E nos preocupamos porque gostamos de música, porque sabemos a força que ela tem e onde ela pode nos levar. Nos preocupamos com o Estado, com a tal “cena”, com a criação de novos sons, de novas bandas. Nos preocupamos com Belém, com o Pará. E nos preocupamos porque existem duas coisas que nos fazem acreditar no que fazemos: o talento da música paraense e nosso compromisso com ela.

A honestidade e o trabalho árduo sempre estiveram nos acompanhando, mesmo somado ao desgaste que sofremos para fazer com que o Festival Se Rasgum continue dando frutos para os grupos locais, que seja repercutido nacionalmente por veículos de imprensa como a Folha de S. Paulo, Revista Veja, MTV, Bravo!, Revista Rolling Stone etc., e que faça com que o público acompanhe por onde anda a música brasileira e dando às bandas locais a oportunidade de desfilar nesse cenário.

Nossa intenção de mudar as seletivas para a TV, Rádio e Portal Cultura era para dar visibilidade a mais bandas que gostariam de participar do festival. No entanto, continuaremos com o objetivo das seletivas levando o evento para outro lugar e transformando em apresentações ao vivo, mostrando que assim como o tema do festival, só os mais aptos sobreviverão. E se para essa sobrevivência, quesitos como honestidade, compromisso e boas intenções contarem mais pontos, o Festival Se Rasgum é o que vai superar todo o caos.

Os votos pelo site
www.serasgum.com.br continuam. A ordem de apresentação continua a mesma, por mais que as etapas sejam divididas em mais dias. A organização do festival comunica que em menos de 24 horas, após uma reunião com todas as bandas envolvidas, serão divulgadas datas e local das novas seletivas. Aguardem novidades.
abs-- Marcelo DamasoMSN:
marcelo_damaso@hotmail.com

Uma rua da Cidade Velha ( Belém)

*Me situa, meu mano, me situa,
nas rimas que perdi e agora vejo,
voltando ao mesmo quarto de despejo,
pisando o mesmo sol e a mesma rua.
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* Poeta Ruy Barata
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O diploma morreu. Viva o jornalismo > Elias Ribeiro Pinto

Cláudio Weber Abramo, morto em 1987, foi um dos maiores jornalistas do Brasil. Começou na profissão relativamente tarde (para a época), aos 25 anos, em 1948, no jornal O Estado de S.Paulo (eu, por exemplo, assinei meus primeiros textos aos 15 anos, em 1975, no alternativo Bandeira 3 e em A Província do Pará), indicado por Lívio Xavier, um finíssimo intelectual dublê de jornalista, de quem tenho duas preciosidades: seu livro O Elmo de Mambrino e sua tradução e introdução de O Príncipe, de Maquiavel.
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O fato de ter iniciado tarde não o impediu de ter sido responsável pela modernização do Estadão e da Folha de S.Paulo, além de formador de gerações de profissionais.
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Falando cinco línguas, escrevendo em português e inglês, Cláudio Abramo fez o curso primário e os cursos de madureza do ginásio e do colégio, estes depois de maduro. Jamais entrou na universidade, a não ser mais tarde, convidado para dar aula.

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Secretário do Estadão na década de 1950, começou a cooptar universitários para o jornalismo, mandando buscar alunos que se destacavam nos cursos de filosofia, ciências sociais, matemática, física. Um deles foi Vladimir Herzog.

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Esta é a verdadeira face do humanista. Sem diploma, autodidata, talentoso, muito acima da média de seus colegas, Abramo abre espaço para quem se forma, estuda, aprimora-se, sempre. Fosse o contrário, e o STF tivesse acatado a exigência do diploma, os sindicatos, sob o comando de ordem e açoite da Fenaj, já teriam iniciado a caça às bruxas, promovendo arrastões nas redações, salivando.

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A decisão do STF, de negar a exigência do diploma, vai fazer um bem danado para o jornalismo. Os cursos de comunicação, depois do refluxo e da maré vazante que evidenciarão seus muito conhecidos males, tenderão a melhorar, fertilizando-se, tutanizando-se.

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Hoje, a maioria dos professores e coordenadores desses cursos, atirados numa redação, tremeria. Burocrata do ensino, a maioria. Chupins. O mesmo vale para a maioria dos jornalistas, “de carteirinha”, abrigada sob a marquise corporativista da Fenaj, da ABI e dos sindicatos. Quando pisam numa redação, é para brigar pelos “direitos” da categoria. No entanto, com diploma e o escambau, onde o avanço, as “conquistas”?
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No caso do Pará, as conquistas mais significativas para a categoria ocorreram durante as presidências de Lúcio Flávio Pinto e Raimundo José Pinto, dois jornalistas, por coincidência, sem diploma de comunicação social.
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Sou a favor do diploma – não de sua obrigatoriedade. Sou a favor do jornalismo – não de seu “cartorialismo”, de seu corporativismo. Sou a favor das escolas de jornalismo, não de seu jubiloso parasitismo.

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Muitos blogs e muitos jornalistas, entocados em assessorias, dizem que os jornais de Belém são “uma bosta”, “uma porcaria”. Bosta ou porcaria, com seus defeitos e vícios, são jornais.
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Quase sempre estive no front jornalístico, à vista de todos, auditado, sempre, pelo leitor, tentando dar minha contribuição, buscando avanços entre tantos recuos. Por incrível que pareça, há jornalismo nos jornalões.
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Citando apenas um entre tantos exemplos, durante exatos dois anos assinei reportagens de página dupla aqui no DIÁRIO, no primeiro caderno, de 1999 a 2001. Eu próprio me pautava. Foi uma fase difícil, cansativa, tensa, de madrugadas insones. Eu tinha, em geral, apenas um interlocutor na definição dessas reportagens.
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A direção do jornal dessas matérias só tomava conhecimento quando eu as trazia para enfim fechá-las na redação. Algumas vezes, a reportagem trazia incômodos, desafiava alguns “tabus”. Eu a concluía, punha-lhe o guizo e deixava para ser impressa. Jamais fui censurado.
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Tenho orgulho desse meu período, antes e agora, no DIÁRIO. Gosto de trabalhar no DIÁRIO, onde já estou há quase 15 anos. Como tenho orgulho de ter trabalhado no Bandeira 3, n’ A Província do Pará. E também na revista Amazônia Hoje.
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Dirigida, à época, por um membro da UDR, União Democrática Ruralista, consegui, numa entrevista, reunir setores da UDR, do governo e da academia. Entre os entrevistados, estava o insuspeito Jean Hébette, que até hoje reconhece que foi aquele um debate jornalisticamente democrático.
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É assim que se tenta fazer jornalismo, abrindo caminho por entre zonas de conflito.
Cláudio Abramo não publicou nenhum livro em vida. A Regra do Jogo, póstumo, foi lançado em 1988, montado a partir de depoimentos deixados pelo jornalista, tendo como complemento mais de uma centena e meia de entrevistas, artigos, reportagens e comentários publicados pelo autor.

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Não sei se o livro chegou a ser adotado ou é utilizado nos cursos de comunicação das universidades locais. Sei que a Companhia das Letras deveria reeditá-lo, em boa hora, nesta sua coleção de Jornalismo Literário.
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É deste livro, A Regra do Jogo, que selecionei, intitulando-os, os trechos a seguir. Nem sempre concordo com Cláudio Abramo, mas acho que suas reflexões sobre o jornalismo, em boa parte, permanecem atuais, preciosas e necessárias para este momento de reconstrução profissional. Ler e saber escrever continuam a ser os pilares da sabedoria dessa missão.

O JORNALISTA PRECISA LER MUITO
O jornalista só é bom se formado desde cedo. A juventude é a fase mais bonita da vida da gente, é quando se começa a engolir as coisas, a aprender. Rimbaud, por exemplo, produziu seus melhores poemas aos dezesseis anos e já tinha tido uma vida intensíssima – depois foi ser contrabandista de armas na Etiópia, na guerra do Menelick. Mas hoje o jovem excepcionalmente inteligente não vai perder tempo em jornal: ele vai ganhar dinheiro, jogar na Bolsa, mexer em computador.

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De minha parte, comecei a aprender o Brasil muito tarde, porque minha formação foi muito internacionalista, mas não cosmopolita. Quem me marcou muito como escritor foi André Malraux, que exerceu uma enorme influência na maneira como eu escrevia antigamente. Também li muito Jack London. Acho que o jornalista deve ler Shakespeare, que é indispensável. No lugar de ler vários tratados de psicologia, em Shakespeare aprende-se toda a psicologia humana.

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Quando vem a sensação de que se está perdendo muito das ideias que se quer colocar no papel, então é preciso trabalhar mais o idioma e exercitar a leitura. O jornalista precisa ler muito, ler literatura, porque a literatura nos põe em contato com o universo comum dos homens. E também é preciso ler poesia.

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O grande escritor é universal, e através dele entramos em contato com os problemas do mundo e do ser humano. Toda referência do homem é o ser humano, toda cultura, tudo diz respeito ao ser humano, e não há outra referência mais importante do que essa. E a literatura é o caminho para isso.

O REPÓRTER
Para ser jornalista é preciso ter uma formação cultural sólida, científica ou humanística. Mas as escolas são precárias. Como dar um curso sobre algo que nem eu consigo definir direito?

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Trabalhei quarenta anos em jornal e acho muito difícil definir o que meia dúzia de atrevidos em Brasília definem como curso de jornalismo. Foi o que fez o patife do Gama e Silva [ministro da Justiça do governo Costa e Silva], que elaborou a lei para tirar os comunistas dos jornais.
Em seu trabalho, o repórter sempre vai ver coisas diferentes na sua essência e no seu aspecto externo.

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Um repórter vai fazer matérias políticas, ou vai descrever uma enchente, um desastre; vai ver o drama de uma família, tratar de um problema coletivo ou entrevistar um ministro. Por isso ele precisa ter muita flexibilidade na maneira de se exprimir, e para isso deve também ter um domínio maior da língua.
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E também é importante que saiba escolher as palavras exatas para determinadas ocasiões. Uma crônica de Rubem Braga sobre o sabiá é leve; já seus textos como correspondente de guerra são muito mais densos. Cada situação tem seu próprio pathos e é preciso transmitir aquilo para o leitor. Por isso o jornalista tem que ler muito, sempre.
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É preciso ler Dante, Camões, Homero e Heródoto, Faulkner, Mark Twain, Scott Fitzgerald, Proust. André Gide só um pouquinho, porque é muito deletério. E George Orwell, não pelas coisas que diz, mas pela sua inteligência, pelo uso da língua e pela maneira independente de raciocínio, embora no fundo seja muito conservador. É preciso ler os libertários americanos, Walt Whitman e Emerson, e Paul Goodman.

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Dos brasileiros não sei bem. É preciso ler Florestan Fernandes. De Guimarães Rosa tenho horror; gosto dos contos, mas como romancista é muito complicado. Aquilo é charada alemã. Talvez as pessoas devam ler Guimarães, mas não eu. Prefiro Érico Veríssimo, que é um escritor menor mas está mais ligado à realidade brasileira.

O LIXO DA HISTÓRIA
Quando eu era menino ainda havia aqueles velhos anarquistas – agora só existem anarquistas anticomunistas, esses não servem. É preciso conversar com alguns anarquistas para guardar a liberdade de pensar livremente, porque são todas pessoas não conformistas, que não se dobram.

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Mas, por outro lado, deve se ter moderação ao ler Adorno, Benjamin, escola de Frankfurt, que é tudo lixo; é interessante, mas não deve substituir o outro conhecimento, a outra cultura, isto é, não se pode colocá-los no lugar de tudo. É preciso também fugir da semiologia, da semiótica, de Lévi-Strauss: isso tudo é o lixo da história, isso a história vai deixar como os índios deixaram o bispo Sardinha.
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CURSO DE JORNALISMO
O jornalista deve ter uma formação cultural sólida e tem que saber muito bem algumas coisas. Ele deve saber história, saber como funciona seu país, a máquina do país, as relações na sociedade.

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A menos que uma escola de comunicações ofereça um curso de história completo, é preciso ter conhecimentos elementares, que teoricamente deveriam ser aprendidos no ginásio. O jornalista tem ainda que conhecer bem a língua, para saber manejá-la com a proficiência necessária. Como um curso de jornalismo vai dar tudo isso?
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Os cursos dão muitas coisas que, no fundo, são apenas noções. Por isso, o jornalista ficou com a fama de ser um especialista em generalidades. A meu ver o curso de jornalismo deveria ser um curso de pós-graduação. O ideal seria ter nas redações economistas, sociólogos ou médicos que, além do curso específico, tivessem uma pós-graduação em jornalismo e aprendessem como comentar as coisas e escrever com clareza.

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MELHOR LER UM BOM ROMANCE
É uma ironia que eu, Janio de Freitas, Mino Carta, Alberto Dines, Washington Novaes e outros não estejamos dando aulas na universidade. Quem dá aulas são veterinários ou biólogos, porque é preciso ter títulos universitários.

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Por isso as escolas de jornalismo começaram mal, com a marca e o carimbo do regime autoritário que colocou gente medíocre lá dentro. Sei que há gente boa dando aula. Mas a regra geral é a do professor que está ali apenas para fazer carrière universitária. Na verdade, a escola deveria ter aberto a carreira para jornalistas feitos, o que teria dado um outro viés aos cursos de jornalismo.
(...)

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Não sei o que se ensina hoje nas escolas. Há muitos anos, dois amigos conseguiram entrar como professores no curso de jornalismo da Fundação Cásper Líbero, em São Paulo, e me chamaram para dar aulas de editoração. Ao chegar, disse não saber o que queria dizer editoração. Eles recorreram então a um manual, feito por Abgar Renault, que por sua vez também não esclarecia nada. “Editoração quer dizer edição”, eu dizia. “Mas edição no sentido português ou no sentido anglo-saxônico?” Eles não sabiam. Então decidi dar o que quisesse.

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Deixei de dar aulas porque os alunos começaram a ficar muito impacientes por eu não recomendar livros para eles lerem (...) Eu via aqueles pobres rapazes e moças tomando notas e comprando livros, às vezes reunindo-se em três ou quatro para comprar um livro de um autor alemão ou italiano.

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Disse a eles que economizassem o dinheiro e devolvessem tudo para a livraria; disse que era melhor ler um bom romance, ler Flaubert, ler as obras completas de Shakespeare devagarinho, ler Os Lusíadas; pelo menos aprenderiam a usar bem a língua. Para mim isso seria melhor do que aquela teorização imbecil, mal traduzida ou traduzida porcamente por pessoas mal pagas (...)

A PROFISSÃO
O argumento usado na campanha contra o diploma de jornalismo e contra a regulamentação profissional peca pela base, porque parte do princípio de que as escolas são ruins. Em parte isso é verdade, mas os jornais e as empresas têm de lutar para que os cursos de jornalismo melhorem, têm de exigir que os professores sejam mais eficientes e examinados por bancas compostas por jornalistas competentes.

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É assim que se faz. Concentrando-se uma massa de bons professores, consegue-se fazer uma boa escola. Por outro lado, sou um grande jornalista, e por isso posso dizer quem pode e quem não pode exercer a profissão. Pode-se julgar que isso é arbitrário, mas é melhor eu achar do que se decidir a questão pela média das notas de cinco professores. Jornalismo é uma profissão autoritária.
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Sou contra a extinção dos cursos de jornalismo porque seu fim não vai resolver muito. E também sou contra a suspensão da regulamentação profissional, porque isso representa uma tentativa de se quebrar de vez o poder de luta dos jornalistas como categoria profissional.

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Sempre fui um dos primeiros críticos da escola de jornalismo, mas agora vejo tanta gente mobilizada contra ela que acabo desconfiando. Tudo isso tem a finalidade de tirar o último elo da espinha dorsal, já bastante flexível, do jornalista. Minha posição hoje é de defesa da escola, embora reconheça que ela seja precária. Isso precisa ser muito bem analisado pelos próprios jornalistas e pelo seu sindicato, que, aliás, tem uma atitude muito pouco positiva nesse assunto, porque não examina a questão em profundidade.
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Festival de Música Popular Paraense

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O momento musical do Pará está representado nas 24 canções selecionadas para participarem das eliminatórias do I Festival de Música Popular Paraense, promovido pelo grupo RBA de Comunicação, com apoio da Vale.(Diário do Pará)

...




Edgar Augusto (foto) , coordenador do festival > divulga as 24 músicas selecionadas.

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Os nomes dos compositores que começam a escrever esse marco na história da música no Estado:
* Israel Ferreira Souza - The Best Song - Pai d´égua- Rap-Carimbó
* Isabella Grandi - Porta Estreita - Pop
* Edison Armando de Oliveira - Jhuline - Rock
* Adilson Alcantara da Silva - Caos - MPB
* Iuri José de Souza Guedelha - Soy do Pará, hermano - Carimbó-Tango
*Bruno Daniel das Neves Benitez - Meu Jardim - Afoxé Pop
* Ivan Cardoso - Brazônida - Salsa
* Jorge Nelson dos Prazeres Campos - Anos- Luz de Paixão - Toada
* Andreza Karoliny Ferreira Gonçalves - Sem você - Pop Romântico
* João Laurentino da Silva - Morena Brasileira - Rock
* Adriana Costa Cavalcante - A Brisa da Música - Canção
* Carla Cabral - Tinhosa - Xote
* Ana Gisele Cabral Monteiro - Concurso Público - Pop Rock
* Antonio Firmo Dias Cardoso Neto - Vida - Canção
* Salvador de Jesus Modesto - Pescador - Carimbó
* Alexandre Pereira Bonna - Forever - Pop Romântico
* Sergio Ricardo da Cunha Pereira - Hômi- Gabirú - Blues- Baião
* Almino Henrique do Carmo - A Folha - Carimbó
* Rosana Rodrigues de Lima - Gira - Blues
* Alcir GUimarães Siqueira - Mais Um Detalhe - Rock Regional
* José Jacinto da Costa Kahwage - Piano Blues - Jazz- Blues
* Aurino Quirino Gonçalves - Levanta a Saia - Carimbó
* Felipe Augusto Serra Cordeiro - A Sua Maneira - Samba-Blues
* Antonio Eudes Fraga de Queiroz - Parceria - Canção
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* Seleção escolheu partipantes de eliminatórias entre mais de 600 inscrições.
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domingo, 21 de junho de 2009

Agenda


Sou homem sem títulos


* Sou homem sem títulos,
sou todo legenda.
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O que me consola é a valsa
A linha azul sem rumo
Que me envolve e me supera,
O sol que me entontece,
A carta que me busca,
A lágrima sem dor.
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Percebe-se que de meus bolsos brotam ervas
Com raízes no deserto
E o paletó me embrulha das mentiras
Que julgo convencionais.
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Não atino com o público
Se não o seu jeito de me odiar.
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Se no vento busco a forma de meus cabelos
Nos quais me deito e me enrijeço,
De outro modo, o corpo, sem relevo, escuda-me.
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*Poeta Max Martins
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Domingo

Hoje o domingo flutua contigo
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Sonhar > é urgente




*O planeta se escandaliza com os grandes genocidas. No cotidiano matam-se todas as formas de espontaneidade. Ninguém repara.
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* Não se procura novos rumos para a palavra.
Estamos nos reconhecendo criativos e amorosos nas semelhanças.Esquecemos que a igualdade é só uma garantia contra o arbítrio - o freio na velocidade de transformar a vida.
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*É fácil controlar um rebanho de frases repetidas.
Não é difícil inventar pastores e ovelhas.
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*Sonhar é urgente!
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*Sabemos e como sabemos:- sonhar é uma ameaça.
Dificulta todas as estratégias de controle.
O devaneio convida o homem a deixar de ser arquibancada e a mudar caminhos.O sonho propõe a isso.
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* O adulto envelhece em seu eterno drama:- acordar ou não acordar a sua criança de cabelos brancos.
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*A rua fosse um sonho:- estaríamos no território sem fronteiras.A ordem fosse um sonho: recusaríamos preâmbulos, métodos e provas.
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*Quando o sonho comanda nossos atos, não boiamos numa falta de ordem.Trata-se de navegação em outros mares.É a viagem nas próprias necessidades e não uma imposição dos ventos.
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* Colombo viajou no xixi de sua criança e acordou a América.

San Martin atravessou o Andes trocando as fraldas de seus soldados inexperientes.

As mães da Praça de Maio carregam no colo eternas esperanças.

Che Guevara ressuscitou a Bolívia.

Paranatinga pisou no peito da lua.

Einstein mostrou a língua para o mundo.

Todas essas crianças sonharam o impossível possível.

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Nua

Teu quarto:
uma
rua
brasileira
(-intimidade
tão
pública-)
.
Tua cama:
o
chão
do
silêncio
(-nua
a
tua
república-)
.
tua casa:
um
lençol
roído
(-sobre
ossos
doídos-)
.
orgulho
traído
no
irmão
passando
(-tua
sorte
num
país
se
enterrando-)
.
escândalo
adormecido
no
poema
inútil
(-descanso
sem
chave-)
.
teu
rosto
uma
interrogação
parada
(-morte
sem letras-)
.
...o
pOvO
se
move
sem
dizer
nada...
.
(RF)
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"Chapéu Virado"


Aguarde-me com minha obscena curiosidade:
- quero ver o progresso da marquinha do biquini -

Quero empinar o meu papagaio
num cínico impudor
com a linha puída da saudade

O cerol no eu-te-amo cortem distâncias
E chinem todas as tristezas

Estou chegando nesse Mosqueiro
que vira a cabeça para a liberdade
- Liberdade
coberta por um Chapéu Virado!
.
(RF)
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***

sábado, 20 de junho de 2009

Para isso vives...

* Para isso vives. Refertamente.
Para ungir e amortalhar
para rir e fracassar,
para suar, blasfemar e maldizer,
atrelado às úlceras do medo
e aos arados da poesia.
.
* Poeta Ruy Barata
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***

Táxi


*A tarde viaja nas nuvens
O táxi busca avenidas
.
Ou um coração possível na tua boca
.
O táxi cruza vermelho veloz
a cidade ideal das nossas línguas
.
*Poeta Max Martins
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***

Se eu não sou meu...

* O amor quer a posse, mas não sabe o que é a posse.
Se eu não sou meu, como serei teu, ou tu minha?
Se não possuo o meu próprio ser, como possuirei um ser alheio?
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* Fernando Pessoa
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***

Sábado



A cidade está em pleno funcionamento
com suas avenidas ruidosas
e aciona este dia
.
Tu de nada suspeitas
e te preparas para mais um dia no mundo
.
E continues a executar
sem partitura
a sinfonia do verão como parte que és
dessa orquestra regida pelo sol.
.
* Ferreira Gullar
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ArRaIá UnIvErSiTáRiO


Márcia Carvalho > informa >

Uma das mais tradicionais manifestações culturais do Estado, o Pássaro Junino, tem um lugar especial dentro da programação junina realizada pelo Governo do Estado.
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Por meio do projeto Puxirum – Arraial de Todos os Santos, o Instituto de Artes do Pará (IAP) apresenta, até o dia 28 de junho, a Mostra de Pássaros e Bichos Juninos do Pará, em vários espaços culturais da cidade.
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Toda a programação tem entrada franca.

Confira: Dia 20/06 (sábado)
- Às 17h, Cordão de Pássaro Colibri de Outeiro, na Estação das Docas
-Às 18h, Cordão de Pássaro Tem-Tem de Outeiro, no São José Liberto
-Às 19h, Pássaro Junino Pavão, no teatro do CenturÀs 21h30, Pássaro Junino Papagaio Real, no teatro do Centur
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Dia 21/06 (domingo)
-Às 10h, Cordão de Bicho Leão Dourado, no Mangal das Garças
-Às 11h, Cordão de Pássaro Tem-Tem de Mosqueiro, no São José Liberto
- Às 12h, Pássaro Junino Ararajuba, no São José Liberto
-Às 18h, Cordão de Pássaro Bigodinho da Brasília, no São José Liberto
-Às 19h, Cordão de Pássaro Tangará, no teatro do Centur
-Às 21h30, Pássaro Junino Sabiá, no teatro do CenturDia 22/06 (segunda)
-Às 18h, abertura da exposição “Um Olhar sobre a Tradição”, no MEP-
-Às 19h, Pássaro Junino Tucano, no teatro do Centur
-Às 21h30, Pássaro Junino Tem-Tem,
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No teatro do Centur >
Dias 23 e 24/06 (terça/quarta) Seminário sobre a Lei dos Mestres,no MEP
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Dia 24/06 (quarta)
-Às 19h, Cordão de Pássaro Bem-Te-Vi de Outeiro, na Estação das Docas.
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Dia 25/06 (quinta)
- Às 19h, Pássaro Junino Rouxinol, no teatro do Centur
-Às 21h30, Pássaro Junino Uirapuru, no teatro do Centur
.
Dia 27/06 (sábado)
-Às 10h, Cordão de Bicho Oncinha, no Mangal das Garças
.
Dia 28/06 (domingo)
-Às 10h, Cordão de Pássaro Pipira da Água Boa, no Mangal das Garças
.
Dia 30/06 (terça)
-Às 19h, lançamento do Caderno de Partituras: A Música do Teatro de Pássaros e Bichos do Pará.
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