sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
Momentos inesquecíveis
Andréa Pinheiro:os olhos que cantam
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Da alma à voz, da palavra ao corpo de sons:- ela habita o continente
das emoções.
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Não estamos longe de pensar que a Andréa é a abolição do limite da paixão
de cantar:- ela é música visível nos ares da cidade.
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A voz...atapetada de sentimentos.Onde se ouve o grão do amor.
(RF)
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Mara Petty
Vendo-a dançar tango: - o brasileiro gostaria de ser um Gardel da Silva!
A nossa Simone
A ponte das palavras
Quem lhe escreve é Francisco Simões. Sou paraense mas vim morar no Rio desde abril/1960. Sou o primogênito de 10 netos do químico industrial, falecido há muitos anos, Francisco de Oliveira Simões, que criou o Guaraná Simões, além da Kola Simões e do Paraty que tinha um sabor inigualável. Meu primeiro trabalho na vida foi como radialista, já aos 17 anos, na então estreante Rádio Marajoara, mas depois também atuei na Rádio Club do Pará, a dos bons tempos.
Escrevo-lhe depois de ter visitado o seu blog a convite do meu amigo, o jornalista que você conhece bem, o José Carneiro. Ele é também meu leitor, e incentivador. Trocamos e-mails contantemente. Li a entrevista que ele lhe concedeu e a achei excelente. Aliás fiquei encantado com o conjunto do seu trabalho prestigiando sempre tanto artistas paraenses como pessoas que se destacam na literatura e tudo o mais. Parabéns, Ronaldo.
Estou hoje com 71 anos, mas sempre ativo, escrevendo e muito. Completei no dia 25 "apenas" 22 anos de aposentado do BB. Comecei na Agência Centro de Belém, em 1957, e quando vim para o Rio trabalhei 28 anos só em Departamentos da Direção Geral do do Banco. Como fui professor, mesmo no BB, posso dizer que quase não me senti um bancário daqueles que atuam nas rotinas das agências. Felizmente.
Fiquei viúvo em 2003 e decidi me mudar definitivamente para este paraíso que é esta cidade linda de Cabo Frio, que em 2000 me honrou com o título de "Cidadão Cabofriense". E olhe que não gosto nada de políticos. Voltei à literatura em 1997. Hoje escrevo crônicas semanais e mensais, conforme o espaço literário que me abriga. Possuo também um razoável arquivo de poesias, algumas premiadas em concursos literários, mas hoje cansei desses certames e dificilmente me inscrevo em algum.
Depois, se o amigo puder, gostaria que desse uma olhada no meu site pessoal em http://www.franciscosimoes.com.br/ Ele é bem simples, pois sempre disse ao meu amigo e webdesigner, além de premiadíssimo poeta, o Fábio Rocha, do Rio de Janeiro, que desejava que a atração maior fossem meus trabalhos, prêmios, homenagens, enfim, tudo menos os enfeites que tornam certos sites mais parecendo árvore de Natal. O José Carneiro me deu ótimas referências a seu respeito, assim como minha irmã Maria Luíza, que atua na Justiça, em Belém. Creio que não nos conhecemos pessoalmente.
Desculpe importuná-lo caro Ronaldo, mas não poderia deixar de cumprimentar um paraense tão ilustre como o amigo que, para além disso, pelo que sei e que vi no blog, é um poeta dos melhores. Conhece o Alberto Cohen, poeta paraense com vários livros publicados? É também meu amigo, leitor assíduo, e mantemos contato permanente. Ele tem poesias magníficas mas entendo que tem sido injustiçado pois merecia um reconhecimento mais amplo. Mas no nosso Brasil é assim, hoje o talento nem sempre faz sucesso, entretanto o vulgar está presente na mídia quase diariamente. Sinal dos lamentáveis tempos que vivemos, amigo.
Vou encerrar pois creio já o ter incomodado bastante.
Um abraço cordial do
Francisco Mário Simões dos Santos.
Escritor, Poeta, Expositor de Arte Fotográfica, ex radialista e aposentado do BB.
(http://www.franciscosimoes.com.br/)
(http://www.riototal.com.br/coojornal/simoes.htm)
(http://www.conexaomaringa.com/)
http://www.germinaliteratura.com.br/francisco_simoes.htm
(http://www.sinal.org.br/colunas.asp)
Homepage em Londres, Inglaterra:
http://email.terra.com.br/cgi-bin/vlink.exe?Id=SgsE5ko2C6Bi9CMFlnm%2Bs9J9bjMtSzHEV%2BTgoBqYjhdGA3zXoBz2Cg%3D%3D&Link=http%3A//www.geocities.com/cantinhodofrancisco
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
O pianista
Nasceu em Belém.Iniciou seus estudos em música aos 7 anos de idade e aos 9 ingressou no SAM (Serviços de Atividades Musicais),hoje EMUFPa (Escola de Música da Universidade Federal do Pará), tendo como professora de piano a Professora Lúcia Uchôa.
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Já fez cursos com grandes músicos como Luiz Moraes (Pardal), Tim Rescala (Produtor Musical da Rede Globo), Toninho Horta, Ian Guest, Hermeto Pascoal, Bill Mays (USA), Jeff Gardner.
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Em Curitiba estudou composição e regência.
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Participou do Free Jazz Project's.
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Em 2003 retornou a Belém e assumiu a cadeira de músico pianista da Amazônia Jazz Band/Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz.
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No meio artístico instrumental paraense vêm desenvolvendo trabalhos ao lado dos músicos: Dadadá, Careca Braga, Delcley Machado, João Bererê, Marcos Vinícius (Puff) e Paulinho Assumpção.
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Dividiu o palco com os cantores Eloy Iglesias, Walter Bandeira, Alba Maria, Alexandra Sena, Cacau Novaes,Edelmiro Soares e Yuri Guedelha.
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Efetua trabalhos na área de produção musical :- arranjos e composição de trilhas sonoras para filmes, documentários e peças teatrais.
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Lançou > em 20/03/2004, na Primeira Igreja Batista do Pará, o CD "Sonse Tons" de música instrumental em piano solo.
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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
Alfredo Reis: O número 1 dos Festivais
A música de Alfredo Reis é de um acentuado sentido regionalista, poucas vezes saindo dessa linha.
Com atuação destacada em dezenas de festivais > tornou-se um vencedor
frequente dessa modalidade de competição.
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Em 74: no Instituto Brasil > primeiro lugar com "Vela Aberta"
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Em 76: Festival da Canção Cepeceana > primeiro lugar com Raízes Morenas.
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Em 79: Festival da Lanchonete Um > venceu com o baião "Paragens"
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II Festival da Faculdade de Ciências Agrárias do Pará:-primeiro lugar com "Garras Brancas" e o segundo com "Errante".
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Com a canção "Como um solitário boto"no VI Festival da Faculdade de Ciências Agrária(84) >> conquistou o primeiro lugar.
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Dono de uma voz possante, ele mesmo interpreta as suas composições.Em 89 é eleito o melhor intérprete do IV Festival de Música Canta Belém, promovido pelo Sesc, com "Porque Deixar Morrer",de sua autoria.
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Em 94 > conquista o primeiro lugar no III Festival de MP da Secretaria de Cultura.Com a música >"Pororocando".
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Com "Xamegoso", de parceria com Príncipe, alcançou popularidade significativa:"Os caminhos que busquei/Me levaram sempre a ti/Ao luar, luar, luar,luar/Na fragância do jasmim/Um amor tupiniquim/Tem paladar..."
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Nos caminhos da vida, - Alfredo - colecionou amigos, fãs apaixonadas,
belas canções e troféus, muitos troféus....
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* Pesquisa em Ritmos e Cantares de Alfredo Oliveira.
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Governo do Estado lança editais para projetos culturais
O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), lança, no próximo dia 28 de fevereiro, no Espaço São José Liberto, às 20 horas, doze editais de Incentivo para o ano de 2008, direcionados aos artistas paraenses e contemplando as mais diversas áreas, como música, teatro, artes plásticas, literatura, audiovisual, fotografia, pesquisa, manifestações tradicionais, entre outras. O lançamento será feito pela governadora Ana Júlia Carepa e pelo secretário de Cultura, Edílson Moura.
A política de editais foi pensada dentro das novas metas de governo, que é promover a integração entre os órgãos estaduais que lidam com cultura.
De acordo com o Secretário Edilson Moura, o Plano detalhará os programas para a área da cultura a serem desenvolvidos como políticas públicas transversais, compreendendo a ação cultural como vetor de desenvolvimento. "A política de editais da Secretaria de Cultura é o resultado de um amplo debate entre artistas de diversos segmentos culturais e o Governo do Estado e se consolida, hoje, como um instrumento indispensável ao incentivo e à circulação da produção cultural paraense. Dessa forma, estamos garantindo a democratização dos recursos públicos investidos, a transparência no seu uso e a divisão equilibrada do orçamento", ressaltou o secretário.
Essa forma de distribuir os recursos e os projetos culturais tem outra característica, talvez a mais importante, que é a regionalização do apoio à cultura, dentro de um processo de construção participativa com os movimentos sociais culturais do Estado, realizado a partir da 1ª Conferência Estadual de Cultura (CEC) e do Planejamento Territorial Participativo (PTP). A 1ª CEC foi precedida de Conferências Intermunicipais e contou com a participação de 107 municípios de todas as regiões do Pará. E o PTP visitou todos os 143 municípios do Estado.
Serviço:
Lançamento dos editais de incentivo à cultura para 2008. Dia 28 de fevereiro, no Espaço São José Liberto, às 20 horas.
O inventor de melodias:Antonio Galdino
O olhar de Karol Kaled
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
Convite bissexto
Dia 28 de fevereiro vou lançar o "Bissexto" (uma coletânea de poemas),
quarta -feira, na Cervejaria da Estação das Docas.Não deixe de ir.Quem sabe a gente não estica até o bissexto dia 29, hein ?
Pedro Galvão.
P.S.Às 19 hs,viu ?
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Zé passarinho...
O memorialista
Eis o José Queiroz Carneiro, ou o Zé Carneiro.Carneiro para a maioria dos que com ele convive.Jornalista por vocação, professor por profissão.
Memorialista apaixonado: produz textos, artigos, livros e biografias.Está ultimando uma, que já tarda, sobre o Abílio Couceiro. E promete, ainda para este ano, as memórias dos cinemas do interior do Pará.
A História da Folha do Norte e uma releitura da epopéia da Estrada de Ferro de Bragança são trabalhos do Zé.(Que logo logo leremos.)
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RF: Do jornalista e do professor, quem predominou e ficou ?
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Zé: Acho que os dois se mantiveram no mesmo nível. Ambos me obrigaram a aprofundar a pesquisa, a investigação, o conhecimento.Ambos me construíram e devo-lhes tudo o que penso hoje.Considero-me, tanto jornalista quanto professor.
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RF: Qual a sua antologia do jornalismo paraense ?
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Zé: Paulo Maranhão antes e Lúcio Flávio Pinto hoje seriam as bases essenciais de sustentação de qualquer antologia paraense de jornalismo. Quer mais um nome ?
- Mário Faustino.
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RF: O que herdamos dos caboclos cabanos ?
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Zé: A bela história de luta, o que não é pouco. Mas a alma cabana ficou lá para as calendas amazônicas...
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RF: Qual o enderêço miserável de Belém ?
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Zé: Todos os locais onde vislumbramos os menores abandonados. Como diria o Vinicius de Moraes: - "E são crianças, Meu Deus !". Em segundo lugar, os locais onde perambulam os maiores abandonados.
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RF: O que se fareja no Ver-o-Peso ?
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Zé: As imundícies ...no cartão postal da cidade.Pra variar, o lixo da cidade, tanto na coleta quanto no despejo doméstico.
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RF: Qual capítulo de nossa história daria um romance ?
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Zé: Muitos já deram - cabanos, imprensa, líder político, a desfiguração urbana - mas a colonização via estrada de Ferro Bragança bem que merece um .
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RF: Que cena política daria um bom filme ?
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Zé: As "reconciliações" entre adversários históricos poderiam render boas comédias ou bons dramalhões. Os casos são evidentes, recorrentes e frequentes no Pará.
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RF: O que (nessa terrinha) lhe torna entusiasmado ?
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Zé: A produção artística:- música, teatro, cinema, literatura, poesia, tudo com a cor local me entusiasma...sobretudo quando se trata de cinema, -minha paixão mais antiga.
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(José Carneiro é colaborador do Jornal O Liberal)
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domingo, 24 de fevereiro de 2008
Show Caros Amigos
SHOW CAROS AMIGOS
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Dia 28 de fevereiro (5a. feira)
20h
Teatro Margarida Schivasappa / Centur
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Participação dos cantores
Adilson Alcântara, Alba Maria, Lia Sophia, Lucinnha Bastos, Maria Lidia, Nilson Chaves,
Olivar Barreto, Patrícia Rabêlo, Pedrinho Cavalléro
e Walter Bandeira
Participação especial do pianista
Paulo José Campos de Melo
Banda Base:
Adelbert Carneiro (Baixo)
Davi Amorim (Teclado)
Figueiredo Júnior (Guitarra)
Edvaldo Cavalcante (Bateria)
Paulinho Assunção (Percussão)
Esdras de Souza (Flauta/Sax)
Daniel Delatuche (Trompete)
O show Caros Amigos é um show em solidariedade ao cantor
Júlio Freitas, que está em tratamento de saúde
e precisa viajar para São Paulo a fim de dar
prosseguimento ao tratamento.
Roadie: Elias Pinheiro
Direção Musical: Adelbert Carneiro
Direção Artística: João Ramid / Ronaldo Rosa
Produção Musical: Maria Lidia
Produção Executiva: Silvia Hundertmark
Patrocínio
Fundação Tancredo Neves / Instituto de Artes do Pará - IAP
Apoio Cultural
Fundação Amazônica Yoshio Yamada / João Ramid / Sol Informática / Doceria Abelhuda
Participe!!
Divulgue!!
Serviço:
"Caros Amigos" - Show solidário ao cantor Júlio Freitas
Teatro Margarida Schivasappa / Centur
Dia 28 de fevereiro - 5a feira - 20 hs
Informações: 3230-4315 / 3230-4316
Ingressos: R$ 20,00 (estudantes pagam meia-entrada)
Contatos/entrevistas
Maria Lídia (produção e direção):
8105-5458 / 3259-3156.
Júlio Freitas: 8135.6779
Assessoria de ImprensaLuciana Medeiroscel. 91 8134.7719
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
Paulo Vieira - Uma boa raiz da poesia.
Roberta Carvalho : Viver é estar em transe.
Carva-
lho
é produ-
tora visual.
Vídeos,
foto-
grafias,
design
gráfico
e muitas
outras atividades
fazem parte
de sua produção.
Adora sair pela
cidade a pé e registrar
um pouco de tudo. Workaholic (viciada em trabalho) assumida, não pára um segundo.
É destaque no cenário das artes com obras que refletem a questão da paisagem urbana.
Paraense, de 27 anos, acumula prêmios e muitas parcerias importantes no mundo artístico.
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RF: Cinema é misturar a farinha no leite, dar forma e esperar esfriar para ver o pão,- como define Paulo César Pereio ?
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Roberta: Não sei se necessariamente nesta ordem.
Cinema é uma arte de paciência, é meio que enrolar o pão mesmo e deixar tufar.Paciência para gerir o tempo, as pessoas, as máquinas, etc.
RF: Se arte é tudo , o nada também pode ser arte ?
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Roberta: ...Hummm...será que arte é tudo ? O nada é coisa nenhuma, é o indefinido.Se o nada tiver vida talvez possa existir arte.(risos)
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RF : Exposição fotográfica é um evento acadêmico ?
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Roberta: A fotografia tem uma relação muito latente com o mundo moderno, é um rito.Basta ver:existe uma casa de família que não tenha uma câmera fotográfica ? Como disse a Susan Sontag,é bem capaz de o ato de se fotografar ser tão comum quanto o ato sexual.(risos)
A questão acadêmica é um pedaço apenas. Agora se uma exposição é um evento acadêmico, isso já é por conta do formato do evento.A câmara fotográfica é uma máquina de produção de sentido, operada por alguém. Não é só porque ela depende de um mecanismo técnico que ela vai ser acadêmica. Ninguém percebe, fazendo uma analogia, mas a língua que falamos também é tecnologia. Ninguém nasce falando, a língua é uma prótese incorporada ao corpo, uma máquina.Engraçado isso: essa separação da poética e técnica como se uma coisa maculasse a outra...
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RF: Para o cinema caboclo, nossos rios são intérpretes envergonhados ?
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Roberta: ...Com toda essa imensidão...
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RF: O que colocaria nossa terra em transe ?
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Roberta: Viver é estar em transe.Aqui, acolá, pra onde for.Transe no sentido de inquietude.A vida em si brotar em uma bola girante é um verdadeiro transe.Alguma coisa acontece...Em outro sentido, as guerras, o congresso, etc. etc, são mesmo de deixar a terra em transe.
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RF: O que faz parte de sua mobília cultural ?
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Roberta: Yi Sang, um coreano surrealista que descobri há sete anos atrás e que desde então venho perseguindo.Kafka, Hesse, Rimbaud. Artaud,um francês que produziu teatro, roteiros de cinema, poesia...Sua obra é um protesto contra essa separação que se faz da cultura e da vida.Como se todas essas coisas que se produz, que convencionalmente chamamos de arte,- não fosse uma forma de exercer a vida, de se afirmar a existência.Isso compreendi com Artaud.A literatura , por exemplo, é meio de vivenciar a realidade, de existir mesmo, de coexistir de outras formas.Gosto de Pierre Lévy, a Santaella, Barthes e Sontag.
Mais próximos estão Acácio e Keila Sobral. O Luiz Braga pela carreira admirável que tem e pelo olhar singular.Neuton Chagas, Flávio Araújo, Daniele Meireles,Márcia Macêdo,Cláudio Assunção...que produzem coisas interessantes e tramam comigo idéias para agitar mais a cidade.
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RF: O que te deixa subitamenete assustada ?
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Roberta: Sinceramente, vez em quando assusto-me com as pessoas. Pela falta de ética e respeito.
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RF: Belém está curada da síndrome de província ?
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Roberta: Todos sabemos que não.Vivemos a aristocracia ainda.(risos)
Mas como diz um amigo: Belém tá virando metrópole.Tem até engarrafamento...(risos) Nossa cidade deve manter suas especificidades,essa mistura de tempos que Belém é.
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RF: O que se fotografa para capturar a alma de Belém ?
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Roberta: Água, muita água. Da chuva,dos rios e do ar.
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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
Paulo Cal - uma figuraça !
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Lucinnha do Pará
Acordas um Pará para cantar
Boca que faz com que toda nota sorria
Luz em linha que afina o emocionar
Luci tez do timbre e da afinação
Lucidez por onde cada tom caminha
Em cada canto da tua voz parece haver um coração
Cada canto de nós canta a tua voz, Lucinnha
Poeta Carlos Correa Santos
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
Do tempo que se caía do cavalo branco >> Até a gostosa Juliana Paes.
Edgar Augusto - A Enciclopédia da Música Popular Paraense
O filho de Edyr e Celeste Proença,- Edgar Augusto Proença formou-se em Direito pela UFPA.Mas nunca exerceu a profissão.
Locutor, apresentador de programas radiofônicos: - desde os 14 anos na Rádio Clube. Há 34 apresenta diariamente o programa Feira do Som, hoje na Rádio Cultura.Também aparece no Barra Pesada, ao lado do Ronaldo Porto, na TV RBA, às quintas e sextas-feiras.Abre sua agenda cultural no Jornal da RBA e escreve uma coluna musical de terça à domingo no Diário do Pará ( a mais lida da cidade).Considera-se um cara feliz por trabalhar no que gosta, embora admita haver mais idealismo do que sucesso financeiro na profissão que escolheu.
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RF: Qual a melhor maneira de se gastar a vida ?
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Edgar: Fazendo o que se gosta.E insistindo em tentar consegui-lo.
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RF: Noite e bar, há alguma cumplicidade nessas palavras ?
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Edgar: Há.E a cumplicidade acaba gerando um imenso vale de lágrimas. Mas, como dizia o poeta Ruy Barata, melhor encarar este vale do que não se fazer nada.
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RF: Por que o amor começa nu e termina vestido ?
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Edgar: Quando os encantos começam a se perder > é chegada a hora de recuperá-los. O amor tem sempre que ficar nu.
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RF: A música é a possibilidade de encontrar o que passou ?
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Edgar: Há coisas que passam, mas que deveriam ficar para sempre. A música faz com que fiquem.
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RF: Onde você solta seus ímpetos, humores e êxtases ?
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Edgar: Sempre onde estejam as pessoas que admitam meus defeitos e virtudes.
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RF: A República da Conversa é um forma sublimada de se fazer amigos ?
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Edgar: Não há amizades verdadeiras que dispensem a República da Conversa. Como frequentador de bares, sou seu integrante cativo.
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RF: Saudade é uma cobra que morde o rabo do passado ?
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Edgar: Quem não tem saudade é porque não viveu.
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RF: Quais os amigos que ainda dançam samba em suas recordações ?
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Edgar: Edyr Proença, Ruy Barata e David Miguel nunca deixaram de dançar em minhas lembranças.
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RF: E o que se tornou um tango em suas memórias ?
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Edgar: Não cultuo o que possa ter me causado qualquer tipo de mágoa ou tristeza. Nem sei dançar tango...(risos)
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RF: Mostre-me no seu álbum de recordações fotografias de uma Belém inesquecível...
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Edgar: As da Belém onde se podia andar a pé pelas madrugadas, sem o menor receio de violência.
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RF: O que lhe tira do sério ?
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Edgar: Pessoas chorando. Saio do sério ao observá-las.Crianças e velhos principalmente. Sinto vontade de agredir quem possa tê-las magoado.
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RF: Você adotaria a frase: " O calypso é como pegar surf: estoura na praia do povo"...
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Edgar:Não. Acho o calypso um brega metido a besta.Na minha praia não toma banho.
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RF: Na nossa floresta de telhados: quem é mito, lenda, fábula, cantor da planície e o compositor de nossa raça musical ?
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Edgar: Waldemar Henrique, Gentil Puget, Paulo André e Ruy Barata, Nilson Chaves, Walter Bandeira, Edyr Proença e Adalcinda Camarão e João de Jesus Paes Loureiro traduzem tudo isto.
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RF: A "Feira ( passados tantos anos) do Som " não seria o Shopping da Música Paraense ?
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Edgar: Depende do shopping.O da feira eu gostaria que fosse daqueles bem populares, mas que vendesse música honesta.
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RF: Onde seria a calçada da fama em Belém ?
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Edgar: Ainda hoje, creio, em frente ao Bar do Parque na Praça da República.
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RF: A conta bancária credita amizades ?
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Edgar: Infelizmente sim. Mas o pior é quando as pessoas bajulam a turma local do rádio, TV e jornal pensando se tratar de gente rica...(risos)
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RF: O que você não suporta sob seu nariz ?
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Edgar: Qualquer tipo de injustiça ou desigualdade.
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terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
Elias Pinto - Em nome do livro -
É sério.As grandes editoras lhe mandam livros diariamente.Ele é convidado para Bienais, Flips, entrega de prêmios literários nacionais.E conseguimos que ele respondesse seriamente as perguntas a seguir.Quer dizer, nem tão sério -ou esotérico - assim.
RF: Companheiro Elias, e aí, como vai levando a vida ?
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Elias: Se eu fosse o Zeca Pagodinho, obviamente que eu deixaria a vida me levar, bancado pela Brahma, de preferência.Se eu fosse o poeta Mallarmé,diria:La chair est triste, hélas! et j'ai lu tous les livres, que o Mário Faustino nos traduziu como: "Ai de mim, a carne é triste e li todos os livros".Bem, não consegui ler todos os livros da estante aqui ao lado do computador.E se a a carne é deveras triste, também é gostosa.Aliás, no livro A Montanha Mágica Thomas Mann diz que é nas partes mais adiposas da anatomia feminina que costumamos demorar os olhos e onde nossas mãos mais tem gosto em passear. Pena que as mulheres andem magras além da conta.Resumindo: como não sou Pagodinho, Mallarmé nem Thomas Mann, tento viver da melhor forma possível, como um Pinto no lixo que é este mundo.
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RF: Na sua coluna você tem escrito constantemente sobre o poder civilizador do livro, inclusive para fazer frente ao avanço da criminalidade e das drogas entre a juventude.Como é isso ?
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Elias: É verdade.Você aí, leitor do Blog Franco,duvida dessa capacidade civilizadora do livro ? Pois um texto recente, na minha coluna, me referi ao exemplo da Colômbia. Algumas de suas cidades, como Bogotá e Medellín, que estão entre as mais violentas do mundo, se transformaram
em avançados laboratórios de prevenção à criminalidade. A engenharia
por trás dos índices de redução da criminalidade na Colômbia revela uma rede de múltiplas ações que combinam com repressão, além de fatores subjetivos, como elevar a auto-estima das pessoas.
O livro é peça fundamental nesse conjunto de reação ao crime.Exemplo ?
Numa das regiões mais pobres de Medellín estão construindo uma imensa biblioteca para servir tanto de ponto de encontro quanto de leitura. A idéia é que, em cada bairro, o principal centro seja uma biblioteca.
Pode não ser regra , mas pressupõe-se que quem gosta de ler não gosta de matar.
Este é um exemplo que poderia muito bem ser adotado - ou adaptado - nas grandes e violentas cidades brasileiras, como é o caso de Belém.Ou seja, é possível, usando a inteligência , a criatividade, fazer frente a essa avalanche criminosa que encurrala o cidadão paraense. Não essa coisa de abraçar praças e museus, mas de efetivamente planejar e executar - não como fazem os assaltantes ,claro.Ih, cara me empolguei. Mas foi por uma boa causa.
RF: Você > governador o que faria pela cultura do Pará ?
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Elias: Companheiro Ronaldo, eu, governante, não titubearia, não hesitaria em construir escolas e semear bibliotecas, mesmo humildes, mas dignas, bem administradas, nos bairros e nas áridas, extremamente áridas periferias da cidade.
E de criar projetos de socialização em torno desses núcleos de saber.Como na Colômbia, é preciso conjugar policiamento com urbanismo e educação. Sem deixar que a Estação das Docas e o Mangal das Garças definhem, ou que o canto operístico deixe de trinar no Teatro da Paz (mas arquivaria a megalomania do arquiteto-mor), e sem descuidar do centro histórico da cidade, buscando soluções culturais e educativas compatíveis para o Estado.
Bolsa disso, bolsa daquilo, vá lá que seja.Bem delineados, administrados e acompanhados, esses projetos atendem necessidades imediatas.Mas o que precisamos, de verdade, não são projetos populistas, mas projetos dignamente populares.Como dar livro, praça, música, teatro, aprendizado, diversão, urbanização, em vez de cachaça, evangélicos orquestrados, pasta de cocaína e tresoitão.
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RF: E aqui no Brasil, temos bons exemplos de estímulo à leitura ?
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Elias: Pois agora mesmo o projeto Jegue-Livro- que beneficiou, em pouco mais de um ano, 6.500 moradores,entre crianças, jovens e adultos, de 12 comunidades de Alto Alegre do Pindaré, no Maranhão, a 399 kms de São Luís - acaba de receber o prêmio Vivaleitura, maior premiação individual para o incentivo à leitura do Brasil.Isso mesmo, Jegue-Livro.A cada 15 dias, um jegue carrega livros em cestos às comunidades rurais, seguido de jovens, que promovem atividades de incentivo à leitura.
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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
Poeta em estado puro
domingo, 17 de fevereiro de 2008
Músicos do Pará
Escreve Alfredo Oliveira:
"No final da década de 70, e ao longo dos anos 80, foram se multiplicando
os bares com programação de música ao vivo.Nesses locais surgiram os operários da noite, no dizer do poeta Ruy Barata, referindo-se aos cantores que varavam as madrugadas desfiando canções nos tablados.O jovem Pedrinho era um deles".
"Maioridade.Maturidade.21 anos de muito aprendizado.Nesse tempo conheci todo tipo de gente: do super poderoso ao super comum.Encarei todo o tipo de situação: do palco ao bêbado.Fui à luta contribuindo com a cultura da minha terra,cantando a minha história que acabou se confundindo com a história da cidade de Belém", - palavras do pássaro cantador.
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Pedrinho é uma espécie de capital musical do Pará.
Pará > capital >>Belém do Pedro.
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Poeta Ruy Barata:"fazedor de uma poesia maior"
O beijo é a náusea com fome
Poeta Jossette Lassance
...sua textualidade ganha densidade,caracterizando uma forma singular de ver-sentir-tocar-exprimir o mundo...
Habita em seus versos e prosas a aspereza anunciante de um presente humano com seus vermes-vertigens de seres que buscam em outros o ausente em si.
(Prefácio do seu livro "Galeria dos Maus")
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O beijo é a náusea com fome
a fome é o romper-se
entreposto ao paladar
a rixa da ausência
a morte é a escura trama
da agonia da terra
é o grão pedindo
que a chuva mije
escura dama que protege
enquanto o sol ferve
as rugas do tempo.
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
Poetas de Belém
*José Maria de Vilar Ferreira
(*) Renasci de amor primeiro
Remorri de amor depois
Janeiro
atirou sua flecha
acertando capricórnio
e Belém cresceu invicta.
Avulsa paixão
entre desatenta maravilha
e recatado ardor
Prédios
Casarões
Ruas
Articulam outro tempo
encaixado no tempo:
memórias pousadas
no vértice dos séculos
:::
* Jorge Andrade
Por algum tempo
Viveu em Belém
( o sol
já era signo
diário)
o capim
alongava-se
do quintal à rua
e o saguão escondia
os gafanhotos
a chuva
datada
dava o tom sem sofisma da música
o ritmo úmido da vida
e as mangas
espiavam
de seu verdor
a fome
que se instalava
em cachos
sob a sombra
das mangueiras
:::
*João de Jesus Paes Loureiro
Sobrados
so brados
sobra dos
Sossobrados
:::
* Antônio Juraci Siqueira
Mangueira
Enquanto o vento balança
Tua rama, satisfeito,
Sinto o verde da esperança
desabrochar no meu peito
:::
* José Ildone
Se mandassem pesar
o peso que a vida tem,
eu passaria minha vida
a ver o peso em Belém
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*Eneida
Sempre
desejaram
ser bailarinas
as nossas
mangueiras(...)
*Edyr Proença e Adalcinda Camarão
Belém, minha terra,
meu pão,
minha casa,
meu sol de janeiro a janeiro a suar!
(...) Só quero uma esteira na terra e o ruído
da enchente de ouro do rio Guajará(...)
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* Age de Carvalho
(...)Santa Maria do Grão Pará,
eu te esquecerei na Praça da República,
longe do Forte e dos canhões,
sem teus ingleses dos alfarrábios da Biblioteca Pública,
perto dos Correios do funcionário,
na esquina da Riachuelo,
na 1o.de Março,
na zona.
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*Max Martins
A canoa traz o homem
a canoa traz o peixe
a canoa tem um nome
no mercado deixa o peixe
no mercado encontra a fome
a balança pesa o peixe
a balança pesa o homem
a balança pesa a fome
a balança vende o homem
vende o nome
vende o peso
peso de ferro
-homem de barro
vende o peixe
vende a fome
vende e come
a fome
vem de longe
nas canoas
ver o peso
come o peixe
o peixe come
o homem ?
pese o peixe
pese o homem
o peixe é preso
o homem está preso
presa da fome
ver o peixe
ver o homem
vera morte
vero peso.
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
Versos de Ronaldo Franco
*Teus olhos
plantam interrogações
em minha boca
Colhes o meu silêncio
com a tua língua
Que tem a ver o beijo
com o jardim
das palavras ?
...
*Teus pés
começo da minha árvore:
não só de frutos
também de dobras
de sombras
de sobras de nós
...
*O homem
longe das fraldas
do seu reino-menino...
O homem
sem o hábito do pipo...
Podes vê-lo
conversando
com os teus segredos
...
*Sempre que a vejo
tudo é uma confusão
de braços e pernas
Ontem hoje amanhã
é uma mistura de vésperas
- do sim e do não -
E horas
que se desentendem
com a noite e o dia
...
*Longe de nós
o diabo da distância!
Somos anjos
na prisão encantada
e perpétua do amor
...
*Ela
move-se na caligrafia do poeta
com todas as letras do seu corpo
Goza sob respostas
Quebra as tardes do tédio
Engessa noites de luar
Sem a minúscula preocupação
do que se passa lá fora
...
*Essa mulher
é a sucessão de esperas
Como borboleta
ilha estrela lua
Como uma canção de outras lembradas
Com uma rua de outras desviadas
...
*Suas pernas me chamam
com urgência
Como se longe
fosse apenas uma pedra
Como se perto
fosse apenas uma porta fechada
...
*Adoro a sacanagem
dos verbos repetidos
o sexo dos adjetivos
os substantivos na tua respiração
E todos erros gramaticais
de nossa cama
...
*E toda lágrima derramada
bebamos com sede
com a concha de nossas mãos
...
*Sob o poeta
tu finges ser uma poesia
para que eu sinta
em cada sílaba do teu umbigo
a linguagem da ternura
...
Que prisão tem a tua paixão
que quando dá uma folga
continuo dentro dela?
...