sábado, 30 de maio de 2009
sexta-feira, 29 de maio de 2009
Boníssimo Final de Semana
* Boníssimo Final de Semana:
O baiano-paraense Machida Lyoto: Campeão Mundial de Artes Marciais
* Uma porrada bem paraense derrubou o norte americano Rashad Evans, em luta no MGM Grand Garden Arena.
Sexta da Arte da Igreja Messiânica
Sexta da arte da Igreja Messiânica
Apresenta:
Mostra de Curta Metragens Paraenses:
2. CHAMA VEREQUETE
3. CADÊ O VERDE QUE ESTAVA AQUI?
4. A ONDA – A FESTA DA POROROCA
Dia 29/05/2009 as 19 horas
Local: Sede da Igreja Messiânica
Almirante Barroso com Perebebui (em frente ao bosque)
Entrada franca.
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Roberta Takashima >> em Mosqueiro
Bernardino >> informa
Grupo Arraial do Labioso
*No próximo dia 3 de junho o Grupo Arraial do Labioso apresentará o show "Arraial de Nós", pelo Projeto Uma Quarta de Música, do Teatro Margarida Shiwasappa, comemorando o 13º ano de carreira.
*No repertório do show, músicas dos cd´s "Festa de Rítmos" e "Dançando no Terreiro de Lucindo".
E músicas inéditas que farão parte do próximo disco do grupo "Arraial de Nós", com a participação especial do Grupo Tokaya.
*Compondo o espetáculo:os músicos Mário Mouzinho (violão e voz), Márcio Montoril (voz), Lúcio Mouzinho (Voz) Neyzinho Rocha (contrabaixo), Bruno (guitarra), Lenilson (teclados), Bruno Benitez (percussão) e Zezinho Sagica (Bateria)
*O grupo Arraial do Labioso foi criado em 1995 especialmente para se apresentar no projeto O Povo Vai à Praça.
*Em 1999, o grupo lançou o 1º cd:"Festa de Rítmos".
(Com Carimbó, Boi Bumbá, Xote, Reggae, Reggae Boi, Merengue, Quadrilha e Salsa.)
*Em 2000, O Arraial do Labioso lançou o segundo cd: "Dançando no Terreiro de Lucindo".
(Com composições falando da região do salgado, terra onde viveu Mestre Lucindo, pescador e um dos maiores compositores de carimbó do nosso Estado)
Com o amadurecimento musical e profissional, aprimorou-se os figurinos,o cenário, e a linha melódica, buscando arranjos audaciosos e modernos, trabalhando fusões de ritmos como Carimbó com Maracatu, Quadrilha com Rock, Lundu com Pop, Carimbó com Baião, Carimbó com Salsa.
* Messias Lyra
Serviço:
Show Arraial de Nós com o grupo Arraial do Labioso
Data: 3 de Junho
Hora: 20 H
Local: Teatro Margarida Schiwazzappa pelo Projeto ¼ de música
Ingressos: R$10,00 e
R$5,00 (meia)
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Sobral encanta alunos e professores do Colégio Universo
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Edgar Augusto >> informa
A menina que colecionava > Marton Maués
Ana Rita era uma dessas meninas de olhos vivos e pouca fala. Baixinha, cabelos pretos e lisos cortados à Chanel, perto dos nove anos – dizia sempre que tinha sete, com vergonha da baixa estatura. Estava sempre em atividade, olhos perscrutadores, fazendo o que mais gostava: colecionar.
A menina colecionava tudo, o que deixava sua mãe em polvorosa. Haja armários, gavetas, caixas e pastas para guardar tanta coisa! Ela colecionava selos, sua primeira coleção – apesar da pouca idade escrevia muitas cartas para ter muitos e muitos selos. Ah, colecionava cartas também. Tinha uma grande coleção de caixas de fósforos, de revistas da Mônica e da Magali, de chaveiros. Colecionava botões que achava na rua e na escola – tinham que ser achados! Pedras e folhas secas. Amava sua coleção de bonecas de pano!
Enfim, Ana Rita colecionava mesmo.
Nomeava as coleções, selecionava, datava, arquivava. Um dia resolveu colecionar árvores.
- Mas como você vai colecionar árvores, minha filha?
Disse então à mãe que anotava tudo sobre a árvore: o nome da rua em que ficava, se estava na calçada ou no meio da praça, se tinha cercado, se estava bem ou precisando de cuidados. Nesses casos ligava para o órgão responsável e tascava uma bronca:
- Vocês não perceberam que uma de minhas mangueiras está cheia de erva-de-passarinho, precisando de limpeza e poda?, reclamava, indicando o endereço e deixando os funcionários perplexos.
- “Mas que menina!”.
Ah, ela sabia o nome de todas as árvores: acácia Mariana, mangueira Julia Roberts, castanholeira Alessandra, benjaminzeiro Arrelia (era um palhaço que ela viu certa vez na televisão e gostou muito).
Ana Rita adorava passear de carro com o pai e quando passava em determinado endereço e avistava uma árvore dizia:
- Pai, aquela ali é a Maria de Nazaré, uma mangueira da minha coleção.
Certa vez os pais estranharam a menina olhando pacientemente para o céu noites seguidas.
E descobriram, assustados, que Ana Rita passara a colecionar estrelas.
***
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Versos de Maiacovski
terça-feira, 26 de maio de 2009
Poema de Benny Franklin
(Max Martins)
I
Crucifixo um óvulo de língua
entre a flecha e o ponto de mira.
Remendo uma seda de azedume
(em cópula voraz)
e mergulho no ritual de acasalamento
dos indóceis jasmins.
II
Sou: apêndice e limo de ovário,
libidinagem de puta
quando fisga esperma
e sendo triste equinócio
com esporão em riste
esnobo a cínica sarjeta.
III
Ai! O mormaço
mantido em um receptáculo
(em gozo violento, mas eficiente)
insemina borne de revolta...
IV
Mão armada, até onde?
O mainel provido de sadismo
é a inusitada armadura
que dilacera os velames
das nádegas em flexão...
V
Embora substantivo ingênuo,
o fóssil do acaso em pranto
acudir-me-á como inautêntica
vestudez no abismo.
VI
Argh!
Às vezes me finjo de algum atirador,
apenas para açular nudez
à frágil lição da flecha.
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Zé Rodrix e sua casa no campo >> Elias Ribeiro Pinto
Na sexta-feira passada o amigo Duval ligou, para me “pautar”, brincou. Queria saber se eu não iria escrever sobre o Zé Rodrix, que, por um bom tempo, formou um trio com Sá & Guarabyra, sendo que estes seguiram (e seguem) adiante como dupla. De vez em quando, ao sabor dos reencontros, voltavam a recompor-se como trio musical.
A música mais conhecida de Zé Rodrix, “Casa no Campo” (em parceria com Tavito), virou, na voz de Elias Regina, uma espécie de hino dos ripongas brasileiros, dos bichos-grilos e de todo bacana que, cansado do sistema e da paranoia das grandes cidades, queria largar tudo e ir para a mata. Aliás, outra música que também convocava todos a liberar seu lado Jeca Tatu era uma do Hyldon: devíamos jogar as mãos para o Céu e agradecer a graça de ter alguém com quem dividir o teto de uma fazenda ou de uma casinha de sapê, enquanto a chuva caía lá fora.
“Casa no Campo” é de 1972, por ali. Na década seguinte, reencontrei Zé Rodrix, que também era produtor, jornalista e publicitário, agora como leitor de uma coluna sobre livros que ele assinava na Folha de S.Paulo, para minha surpresa, já que não o imaginava como crítico literário. Na verdade, se não me falha a falha e desbussolada memória, Rodrix não chegava a resenhar os livros, mas trocava com o leitor impressões de leituras, contava causos, tudo assim, como quem ergue um brinde ao prazer da leitura. A coluna não chegou a vingar por mais de dois ou três anos.
Mais surpreso fiquei quando, dois, três meses atrás, topei, numa promoção de livros aqui em Belém, com um catatau, um tijolaço de mais de 600 páginas. Autor: Zé Rodrix. Sinceramente, não tinha notícia dessa sua investida como escritor de longo curso. E o assombro redobrou quando vi que o volume fazia parte de uma tal Trilogia do Templo. Conferi o preço, algo em torno de dez reais, bem em conta para o tamanho da obra, mas, depois de fuçar suas páginas, vi que o enredo, ficcional, flertava com templários, maçonarias & baratos afins. Olhe, eu já não estou tão esotérico assim. E aquele era o terceiro volume, ou seja, pegaria a história pelo fim. Desisti. Deixei para a próxima encarnação. E agora o Zé me vem com essa, de morrer.
Lendo, aqui e ali, algumas notícias de sua morte, seu necrológio, soube que, dos três (ele, o Sá e o Guarabyra), que se tornaram conhecidos por tocar rock rural, Rodrix era o mais urbano, visceralmente urbano.
Mas vivíamos assim mesmo, mais idealizando a tal casa no campo que efetivamente dando um jeito de comprá-la pelo BNH ou Funrural, sei lá, ou, ainda, erguê-la em mutirão, nem que fosse juntando forças numa comunidade sob as bênçãos do Grande Picareta, o Bhagwan Rajneesh, que também atendia pela alcunha de Osho.
Comunidade – eis a questão. Se a rapaziada daqueles anos 1970 não foi para o campo erguer sua casa – mas muitos, verdade seja dita, foram –, essa rapaziada malocou-se mesmo na cidade, passando a morar em comunidade.
Por ser da geração seguinte, eu não cheguei a adotar esse estilo de moradia compartilhada, mas visitei gente que seguia a filosofia comunitária que o Brasil conheceu, principalmente, através dos Novos Baianos, Pepeu, Moraes Moreira, Baby Consuelo, Paulinho Boca de Cantor, Luiz Galvão, aquela gente bronzeada que morava, no Rio de Janeiro, numa espécie de sítio.
Pois, como ia dizendo, cheguei a frequentar algumas dessas comunidades em Belém, formadas por músicos, jornalistas, antropólogos, professores, malucos-beleza, alguns em início de carreira. Daquele tempo, uns já morreram, outros deram um giro pelo mundo, voltaram, enquanto outros estão no auge da profissão.
A comunidade nem sempre se regia pela pretendida harmonia do paz e amor, e não raro pintavam acusações, bate-boca, coisa de família. O que havia de mais comunitário, sem dúvida, era o fumacê de maconha pairando sobre todos, como um halo comum. Sinal dos tempos, quando, em torno de um baseado, fumava-se o cachimbo da paz.
Meu caro Zé Rodrix: espero que agora você possa, em paz, no silêncio dos campos eternos (strawberry fields forever), viver entre amigos, discos e livros, e nada mais.
Poeta Edyr Augusto >" O Tempo do cabelo crescer"
*O poeta Edyr Augusto no dia 29, sexta feira, às 20 h, recebe amigos e leitores no Espaço Cuíra (Riachuelo com a lo.de Março), para o lançamento do livro > "O tempo do cabelo crescer" < (antologia de poemas escritos nos anos 80 e 90).