segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Poeta em estado puro


Carlos Correia Santos é poeta, contista e dramaturgo.Aos 31 nos, já teve roteiro de curta metragem premiado pelo Ministério da Cultura,já foi por 3 vezes consecutivas vencedor do Prêmio Funarte de Dramaturgia (mais importante certame nacional de textos teatrais) e tem ganhado importantes concursos literários dentro e fora do estado.Orgulha-se de receber crtas de jovens fãs gaúchos e afirma que o estudo de violino é um de suas paixões.
ENTREVISTA
RF : Como vai a poesia cabocla ?
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CARLOS : Cada vez mais universal.Cada vez mais na proa do moderno, pronta para navegar pelo mundo.O mundo nada mais é do que um punhado de aldeias caboclas apinhadas de poesia.
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RF : E o teatro ?
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CARLOS :O teatro me pediu em namoro e eu aceitei. Hoje estamos recém casados.Minha peça "Nu Nery", encenada pelo grupo Palha, é uma lua de mel.
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RF: Chovendo no molhado...(rs)Como vc vê o movimento literário no Pará, especialmente em Belém ?
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CARLOS : A cena literária atual anda escrevendo um momento muito interessante. Vários escritores bons, atuantes, talentosos.Gente como a maravilhosa Josette Lassance,como esse grande Ronaldo Franco (risos).Só acho que o escritor atual tem que ter mais consciência sobre a história literária Paraense.Tem que conhecer mais grandes nomes que vieram antes.
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RF: A cidade cresce pela loucura de ser outra cidade ?
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CARLOS : Acho que hoje um pouco menos.Eu sofria ao ver, tempos atrás, o quanto Belém queria ser o Rio ou Bahia.Penso que hoje Belém quer ser Belém.Finalmente.
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RF: Qual é a nossa melhor paisagem humana ?
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CARLOS: Dira Paes, sem dúvida. Além de levar em si mesma nossa paisagem mundo afora, ela é um paraíso de talento, um oásis de simpatia e um remanso de simplicidade.
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RF: Para quem vc daria um sopão de letras ?
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CARLOS : Para quem se entala com um poema, para quem não engole um romance, para quem não se delicia com um conto.
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RF: Quais são as suas músicas de cabeceira ?
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CARLOS: Ah, rapaz,muitas. As feitas com os meus parceiros queridos Nilson Chaves, Lucinnha Bastos e Fábio Reis.Músicas paraenses de raiz.Música francesa.Música para dançar.O riso de minha mãe.
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RF: O que em Belém é uma guerra fútil ?
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CARLOS: A tola negação da identidade que vem da periferia. Nossa identidade está também no Jurunas, no Guamá, na Terra Firme,etc.
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RF: O que seria uma pororoca nas nossas ruas ?
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CARLOS: Passeatas de poetas dizendo poemas ininterruptamente.Dia e noite.
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RF: Qual seria o seu time de cantoras de primeira divisão ?
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CARLOS: Lucinnha Bastos, Lia Sophia, Simone Almeida, Marisa Brito, e Ani Barbosa,minha irmã.
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RF: Quem vive no "tucupi"?
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CARLOS: Quem acha que é faisão mas nunca vai deixar de ser pato.
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RF: O que herdamos dos rios,do verde?
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CARLOS: Sons, tons, dons.Rumores que estão em nossa fala, em nosso andar, em nosso criar e recriar.
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Um comentário:

Márcia Macêdo disse...

Que POETAS!

Meu café ficou mais saboroso na companhia de vocês.

Beijos