Márcia Yamada
A receita podia até ter desandado, mas saiu tudo na medida certa: uma generosa porção de Sol Nascente, mais a combinação perfeita da língua de Luís de Camões com a noite profunda e lendária dos índios. Paraense por completo, brasileira de corpo inteiro, assim é Márcia Yamada: filha, irmã, mãe, mulher, amiga.
A receita podia até ter desandado, mas saiu tudo na medida certa: uma generosa porção de Sol Nascente, mais a combinação perfeita da língua de Luís de Camões com a noite profunda e lendária dos índios. Paraense por completo, brasileira de corpo inteiro, assim é Márcia Yamada: filha, irmã, mãe, mulher, amiga.
Está lá no seu DNA, à vista de quem quiser ver: seu nome, brasão de sucesso, é marca paraense que qualquer papa-chibé reconhece onde quer que esteja. Não precisava dizer, mas digamos de uma vez: Márcia é gente boa.
Que gosta de Tom Jobim, Chico Buarque, Djavan, Gil. Afinadíssima com a sua gente, também acompanha o som da terrinha: Pedrinho Cavalléro, Pardal, Kzan, Adalbert, Paulinho Assunção, Nilson Chaves, Vital Lima. E faz coro com Walter Bandeira, Lucinnha, Andréa Pinheiro, Lívia Rodrigues.
Que gosta de Tom Jobim, Chico Buarque, Djavan, Gil. Afinadíssima com a sua gente, também acompanha o som da terrinha: Pedrinho Cavalléro, Pardal, Kzan, Adalbert, Paulinho Assunção, Nilson Chaves, Vital Lima. E faz coro com Walter Bandeira, Lucinnha, Andréa Pinheiro, Lívia Rodrigues.
“E gosto de tantos outros”, completa, “que me perdoem não o esquecimento, mas a falta de espaço para citar”.
Ela é choro, da bossa, do samba, “de tudo que é bonito de ouvir e de cantar”.
Ela é choro, da bossa, do samba, “de tudo que é bonito de ouvir e de cantar”.
É irmã lua da poesia, da prosa solar.
E por isso ama e não sabe viver sem a família e os amigos. Mas, e estejam certos disso, ela briga, sim, quando precisa, por tudo que acredita e ama. “E se não for pedir muito”, acrescenta, “quero sempre ser mais e mais feliz.”
Márcia, que a felicidade (e os muitos amigos que lhe querem bem) nunca deixe de bater à sua porta.
***
Ronaldo Franco: A paz é apenas um comercial mundial?
Márcia Yamada: Acho que a paz é um desejo da maioria, mas os desejos, infelizmente, nem sempre se realizam.
RF:Quem vende mais – o vendedor de ideologia ou o balconista de desejos?
Márcia: Um bom vendedor vende de desejos a ideologias, e a história está aí para confirmar o eterno comércio de ideologias. Importante é que o cliente, satisfeito, volte sempre.
RF:O que é uma alma vira-lata?
Márcia: Muita gente que tem essa alma não consegue manter laços verdadeiros de amizade, acostuma-se com restos, retalhos de carinhos e emoções, sem se dar e receber por inteiro.
RF: É possível farejar uma mentira "sincera"?
Márcia: Meu faro é incrivelmente treinado, e, diferente do Cazuza, nenhuma mentira me interessa...
RF: O que você não suporta sob seu nariz?
Márcia: Tudo que não cheira bem: hipocrisia, mentira, falsidade, bajulação, mau-caratismo.
RF:Você diz o que pensa e faz o que gosta?
Márcia: Só digo o que acredito e só faço o que me apetece.
RF:Quem tem medo da verdade?
Márcia: Pessoas que pouco me interessam...
RF: O que lhe deixa de orelha em pé?
Márcia: Música de boa qualidade
RF: Quem é manchete em seus pensamentos?
Márcia: Os protagonistas da minha vida: Hiroshi e Teca, meus pais; Yasmin Akiko, Victor Yoshio e Vicente, meus filhos e marido.
RF: Qual é a primeira página de seu dia?
Márcia : Um beijo do meu marido, sempre.
RF: Qual seria seu destino no seu road movie íntimo?
Márcia: Em qualquer lugar onde, da minha janela, eu pudesse ver o mar, ao lado do meu amor e dos meus filhos.
RF: Quem sobrevive na floresta urbana: o caçador ou a caça?
Márcia: Depende da inteligência e da sorte de ambos.
RF: Gerald Thomas (festejado autor do teatro nacional) disse: "A base de um casamento feliz é o entendimento humorístico". Você concorda?
Márcia: O bom humor é essencial para manter qualquer relacionamento, inclusive o casamento. Mas, para mim, bom humor é diretamente proporcional à inteligência... Por isso não é tão fácil de encontrar.
RF: Quando o amor começa a pifar?
Márcia: Quando falta respeito, confiança e diálogo.
RF: É bom namorar para casar ou casar para namorar?
Márcia: Namorar sempre, como meio ou como fim .
RF: Quem não passa de um retrato 3x4?
Márcia: Que preconceito com o 3x4... Tem pessoas que não são nem isso...
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Ronaldo Franco: A paz é apenas um comercial mundial?
Márcia Yamada: Acho que a paz é um desejo da maioria, mas os desejos, infelizmente, nem sempre se realizam.
RF:Quem vende mais – o vendedor de ideologia ou o balconista de desejos?
Márcia: Um bom vendedor vende de desejos a ideologias, e a história está aí para confirmar o eterno comércio de ideologias. Importante é que o cliente, satisfeito, volte sempre.
RF:O que é uma alma vira-lata?
Márcia: Muita gente que tem essa alma não consegue manter laços verdadeiros de amizade, acostuma-se com restos, retalhos de carinhos e emoções, sem se dar e receber por inteiro.
RF: É possível farejar uma mentira "sincera"?
Márcia: Meu faro é incrivelmente treinado, e, diferente do Cazuza, nenhuma mentira me interessa...
RF: O que você não suporta sob seu nariz?
Márcia: Tudo que não cheira bem: hipocrisia, mentira, falsidade, bajulação, mau-caratismo.
RF:Você diz o que pensa e faz o que gosta?
Márcia: Só digo o que acredito e só faço o que me apetece.
RF:Quem tem medo da verdade?
Márcia: Pessoas que pouco me interessam...
RF: O que lhe deixa de orelha em pé?
Márcia: Música de boa qualidade
RF: Quem é manchete em seus pensamentos?
Márcia: Os protagonistas da minha vida: Hiroshi e Teca, meus pais; Yasmin Akiko, Victor Yoshio e Vicente, meus filhos e marido.
RF: Qual é a primeira página de seu dia?
Márcia : Um beijo do meu marido, sempre.
RF: Qual seria seu destino no seu road movie íntimo?
Márcia: Em qualquer lugar onde, da minha janela, eu pudesse ver o mar, ao lado do meu amor e dos meus filhos.
RF: Quem sobrevive na floresta urbana: o caçador ou a caça?
Márcia: Depende da inteligência e da sorte de ambos.
RF: Gerald Thomas (festejado autor do teatro nacional) disse: "A base de um casamento feliz é o entendimento humorístico". Você concorda?
Márcia: O bom humor é essencial para manter qualquer relacionamento, inclusive o casamento. Mas, para mim, bom humor é diretamente proporcional à inteligência... Por isso não é tão fácil de encontrar.
RF: Quando o amor começa a pifar?
Márcia: Quando falta respeito, confiança e diálogo.
RF: É bom namorar para casar ou casar para namorar?
Márcia: Namorar sempre, como meio ou como fim .
RF: Quem não passa de um retrato 3x4?
Márcia: Que preconceito com o 3x4... Tem pessoas que não são nem isso...
RF: Qual é o endereço da amizade?
Márcia : O meu: - quem cultiva minha amizade terá para sempre um aliado em qualquer situação... Quem me conhece sabe.
RF: A mulher dondoca vive ou já morreu?
Márcia: Vez por outra é bom viver um dia de dondoca, ir ao salão, às compras... Mas, infelizmente, tem gente que ainda faz da dondoquice estilo de vida e até profissão.
RF: Quem é um barco para qualquer mar?
Márcia: Deus, Oxalá, Jesus, Alá, Adonai, ou qualquer outro nome que defina esta força superior, esta energia maior que rege o universo.
RF: Em que momento a gente ri até de gol contra?
Márcia: Quando saímos de uma maré ruim e a correnteza passa a correr a nosso favor.
RF: Quem pode usar microssaia elegantemente?
Márcia: Ninguém. Microssaia é, acima de tudo, desconfortável. E quem é que consegue ser elegante desconfortavelmente?
RF: Os machões gritam: "Há mulheres para namorar e mulheres para casar". Há verdade nessa gritaria?
Márcia: Como se esta decisão partisse só deles . Há pessoas para tudo no mundo, para namorar, ficar, casar e até pra machões – machistas e burros!
Márcia : O meu: - quem cultiva minha amizade terá para sempre um aliado em qualquer situação... Quem me conhece sabe.
RF: A mulher dondoca vive ou já morreu?
Márcia: Vez por outra é bom viver um dia de dondoca, ir ao salão, às compras... Mas, infelizmente, tem gente que ainda faz da dondoquice estilo de vida e até profissão.
RF: Quem é um barco para qualquer mar?
Márcia: Deus, Oxalá, Jesus, Alá, Adonai, ou qualquer outro nome que defina esta força superior, esta energia maior que rege o universo.
RF: Em que momento a gente ri até de gol contra?
Márcia: Quando saímos de uma maré ruim e a correnteza passa a correr a nosso favor.
RF: Quem pode usar microssaia elegantemente?
Márcia: Ninguém. Microssaia é, acima de tudo, desconfortável. E quem é que consegue ser elegante desconfortavelmente?
RF: Os machões gritam: "Há mulheres para namorar e mulheres para casar". Há verdade nessa gritaria?
Márcia: Como se esta decisão partisse só deles . Há pessoas para tudo no mundo, para namorar, ficar, casar e até pra machões – machistas e burros!
RF: O que lhe provocaria um dilúvio de saudade?
Márcia: Os meus sábados de “trabalho” com meu pai, quando, de mãos dadas, passeávamos pelo comércio, com parada obrigatória num boteco na esquina da Manoel Barata com a Frutuoso, para tomar uma abacatada ou um caldo de cana com pastel.
RF: Qual é a melhor paisagem humana em Belém?
Márcia: O Círio de Nazaré.
RF:Onde se pode ver o peso de nossa cultura?
Márcia: Em todos os cantos: basta ter sensibilidade, olhos e ouvidos atentos.
RF: A "Cidade Velha" é apenas uma realidade poética?
Márcia: É falta de empenho político...
RF: Quem morde a mão que o alimentou?
Márcia:Quem nunca merecia ter sido alimentado.
RF: O que lhe parece a empáfia engomada e a seriedade oca?
Márcia:O retrato de algumas pessoas que, sinceramente, prefiro não comentar.
RF: “De mim, basta eu!”, você diria a quem?
Márcia: Para ninguém. Eu, sozinha, não sou ninguém. Preciso de minha família (marido e filhos), de meus pais, meus irmãos e amigos,sempre.
RF: Belém está curada da síndrome de província?
Márcia: Síndrome de província é igual à cidade de muro baixo? Se sim, a resposta é não.
RF: Quem tem o ego maior que o Mangueirão?
Márcia :Alguém que precisa de terapia... Afinal, tudo em excesso tem de ser investigado.
RF:Quando é a hora exata de sair de algum lugar na ponta dos pés?
Márcia: Quando os limites começam a ser ultrapassados.
RF: Em Belém, o que você contempla com a mão no queixo?
Márcia: Nossas águas – dos céus e dos rios.
RF: Responda rápido: o que a empolga?
Márcia: O sorriso e o carinho dos meus filhos!
RF: Quando você consegue zerar o cérebro?
Márcia: Zerar? Nunca! Mas relaxar numa rede em Salinas (fora do zunzunzum de temporada), ahhh...
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