* Essa palavra-sombra como os homens têm sua sombra.
* Ouçam: a árvore que canta cinzas
Ouçam: ela sabe dos fins
Naquela árvore cantavam
as folhas
e o vento que nos dará a um invisível outro vento
Mas agora o vento pára. As folhas na árvore calam.
* Então, os frutos na árvore , enegrecendo, enegreciam
E ela, por suas raízes presas na terra, ia odiando
os céus humanos
A impaciente árvore. E agora ela dizendo:
- Ouçam as histórias da terra, esqueçam os céus
- Ouçam, ouçam: as raízes humanas
* Nanoitenegra
Céusemsol
É isso também a vida ?
E elas, luzluzindo. As estrelas ? Ondes ?
É lá onde ela a vasta vai luzfugindo na distãocia.
Longes.
Agora, vai amanhedescendo tudo pela linha do
horizonte.
* Que frutos caídos ainda dará o humano, ah
Para onde foi a paz dos sonos sem sonhos ?
* Cobertor feito de ervas
O animal do frio
dormiu três noites em meus ossos
A vida não é guardar as pedras do caminho
nos olhos
não deve ficar a paisagem ultrapassada
Os passos não sabem de nada
A próxima será a última
e ninguém sabe onde está.
** Do livro: O SERDESPANTO
2 comentários:
Vicente é o poeta para mil talheres.
Para a fome de poesia.
Eduardo Vieira
Vicente Cecim, uma cara enigmático ou transparente demais?
O conheci na adolescência e ainda hoje mantenho contato com ele.
nunca o entendi direito.
Não li suas obras.
vou ler e talvez consiga entende-lo agora.
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