quinta-feira, 8 de maio de 2008

"Não a vi abraçada.
levada no colo por alguém
desesperado que tentasse
lhe devolver a vida,
que a cobrisse de beijos,
que a regasse de lágrimas.
.
Estava ali deitada,
a criança indefesa,
como um bicho atropelado
com o qual
ninguém sabe o que fazer.
.
Na nossa sociedade,
em que as sombras mais escuras
do nosso lado animal
andam vivas e ativas,
lá ficou,
por um tempo interminável,
caída,
quebrada,
arrebentada, e viva,
a menina quase morta.
S o z i n h a ."

(Lya Luft - Ponto de Vista - Revista Veja)

***

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