sexta-feira, 8 de junho de 2012

Subversiva







A poesia


Quando chega


Não respeita nada.






Nem pai nem mãe.


Quando ela chega


De qualquer de seus abismos






Desconhece o Estado e a Sociedade Civil


Infringe o Código de Águas


Relincha






Como puta


Nova


Em frente ao Palácio da Alvorada.






E só depois


Reconsidera: beija


Nos olhos os que ganham mal


Embala no colo


Os que têm sede de felicidade


E de justiça.






E promete incendiar o país.






( Ferreira Gullar )

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