sexta-feira, 30 de abril de 2010

Les Vérités de la Lulu * Alô, Belém!

* Estarei aqui para dizer Belém com as minhas letrinhas e sensibilidade.
* E nela andamos com o nosso próprio obituário na bolsa. Na cidade das mangueiras ninguém ergue barricadas contra a violência.
* Descrença e desilusão passeiam em nossas ruas.
* Vou ao banco...e o meu coração começa a pular.
* O decadente ensino das nossas escolas públicas é uma coisa que tem pelos menos 10 anos.(Talvez mais). Aos 15, vai dançar valsa com a ignorância política.
* Existe futebol nessa terra? Julgar histórica e moralmente nosso futebol me parece uma das coisas mais difíceis de fazer. O RexPa de hoje não me agrada e nem me seduz.
* O que há é o seguinte: bola política e presidente de clube brigando para manter-se na mídia. E a chateação de ler todo dia um cartola vestido de deus prometendo ser campeão. Da série F, G, H, I...Você ainda acredita?
* O futebol fora disso, o que é?
* Esse campeonato tão discutido, tão sem graça - não creio que mereça comemoração nenhuma.
* E como Belém sofre das inimizades sem cura...
* E existem poucos ombros para apoiar a mão, para se levantar.Verdade?
* Por mais que se espremam alguns corações, não sai nada. Frase feminina muito repetida para os cabeleireiros.
* E tanta gente repetindo versículos da Bíblia...
* Toda pessoa curiosa demais é, um chato. Concorda?
* Se a poesia fosse um campeonato... Quem daria a goleada ? Quem empataria?
Para o jornalista Sobral: o campeão foi e será por muito tempo o Ruy Barata.
* Hoje: não temos um Pelé da literatura. Mas temos muita gente batendo um bolão com as letras.
E é até difícil apontar o camisa dez das letras. No jogo das letras, não há artilheiro, não há nenhum craque, mas diversos que são craques para muitas torcidas. Acertei? Fiz gol de placa?
* O mundo intelectual é uma teia de injustiças de uma aranha feroz e alheia:a senhora Aranha Patrocínio.
* Comentário em Brasília: o Pará ganhou o Super Zé! Égua!Ele vai dividir o Pará. Pode ser. Esse Super Zé não é paraense. E só Mané acredita nisso.
* Na próxima sexta trarei emoções fortes ao computador do leitor. (risos)
* Merci.
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Boníssimo Encontro das Letras Com Denis, João Carlos, Henrique, Avertano e Ron. Alonso Rocha >Presidente da Academia de Letras < e Malato (sentados).
Com os jovens escritores Priscila Franco e Eduardo Souza.
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quinta-feira, 29 de abril de 2010

A Agenda do Jaafa Reggae Dia 1/5 > "Ver o Rio" às 19 hs.
Dia 2/5 > "Mormaço" às 20 hs.
Dia 15/05 > 6 anos de Reggae > Palco Alternativo Castanhal.
16/05 > African Bar às 14 hs.
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quarta-feira, 28 de abril de 2010

Eles:Sem Máscaras Cristiano Ronaldo, Misha Barton, Charles, Madonna, Nicole Kidman, George Clooney.
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Feira do Som > com Edgar Augusto
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Quem São Eles" com toda a energia em 2011.
Será referente a energia o tema que o "Quem São Eles" levará para a Aldeia Cabana em 2011. O vice presidente da escola, Jamil Mousinho, também diretor da escola, ainda está escolhendo o nome.
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Nas fotos > Marco André com o seu herdeiro e nos shows
No Rio, o cantor paraense Marco André tem participado de competições de natação masters do Flamengo. Quando residia em Belém, aos 18 anos, Marco era campeoníssimo pelo Clube do Remo.
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Madalena resolveu seus problemas: pendurou o machismo do namorado.
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Pense o que quiser...

Que rei (bobo) abandonou a coroa? (Quero dizer > abandonou a moça.)

A Operária da Poesia
Não conheço no Pará alguém que trabalhe tão bem a poesia com as crianças, como a poeta Heliana Barriga. Você conhece?
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segunda-feira, 26 de abril de 2010

Andressa Marques & AmigasVestidas de Brasil >pra ganhar a Copa!
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Belém é (e será) assim: sempre sorrindo, nunca triste!

domingo, 25 de abril de 2010


O rio que eu sou
não sei
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ou me perdi
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* Max Martins
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Oh! se te amei, e quanto!
Mas não foi tanto assim.
Até os deuses claudicam
em nugas de aritmética.

Meço o passado com régua
de exagerar distâncias.
Tudo tão triste, e o mais triste
é não ter tristeza alguma.

É não venerar os códigos
de acasalar e sofrer.
É viver tempo de sobra
sem que me sobre miragem

Agora vou-me. Ou me vão?
Ou é vão ir ou não ir?
Oh! se te amei, e quanto,
quer dizer, nem tanto assim.
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* Drummond
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Botafogo Campeão-2010 > torcedores paraenses comemoram! O Botafogo tem tudo a ver comigo: por fora, é claro-escuro, por dentro é resplendor; o Botafogo é supersticioso, eu também sou.
O Botafogo é bem mais que um clube - é uma predestinação celestial.
Seu símbolo é uma entidade divina.
Feliz a criatura que tem por guia o emblema de uma estrela.
Por isso é que o Botafogo será sempre o caminho certo. O caminho da luz.
Feliz do clube que tem por escudo uma invenção de Deus.
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O Botafogo tem o dom de me levar do inferno ao paraíso, e vice-versa.
Ele é como eu: preto no branco, é 8 ou 80.
Somos assim, ou é agonia ou é êxtase.
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*Texto do Poeta Armando Nogueira.
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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Entrevista (exclusiva) com o arquiteto Paulo Cal

Paulo Cal:Os "companheiros" trabalham sincronizados como num formigueiro com mais de uma rainha.
O sujeito pode até bater na mãe do outro que continua "companheiro". Paulo Cal em uma entrevista relâmpago.
A pergunta do blog foi um chuvisco. A resposta:uma longa tempestade.
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Ronado Franco: Cal, como foi a chuva sobre o Rio de Janeiro e a que encontraste de volta no Pará?
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Paulo Cal: Na nossa jovem sociedade brasileira, por mais que os psicólogos advoguem que as crianças nascem com o sentimento da empatia impresso no seu DNA, - da empatia como raiz da moral humana, o identificar-se com o outro, com a dor do outro - para mim parece não existir.
Não olhamos para os miseráveis na rua, ignoramos a mão estendida, a carência dos desvalidos. Adotamos uma estratégia de sobrevivência individual tão cruel quanto racional - e que ajuda a manter nossa velha conhecida estrutura social cindida e psicopatizada. A chuva no Rio foi o reflexo disto tudo.


Essa cisão não é apenas social, mas também geográfica - o que aconteceu no Rio de Janeiro também acontece no Pará.
O carioca médio, do asfalto e do morro é um estrangeiro onde nasceu. Não há outra grande cidade no mundo que tenha tantas áreas de circulação excludentes tão próximas. O carioca não circula e não toma a cidade para si. O carioca da Zona Sul não conhece Madureira, o carioca da Zona Norte tem vergonha de ir à praia do Leblon. Ele se divide entre comunidades no morro ou dos postos das praias da cidade.
É claro que a estupidez da excludência não é exclusividade de quem mora no asfalto. O pessoal do morro também exclui as comunidades vizinhas e quase sempre rivais.
Tamanho descompromisso com os outros - e conosco também - em última instância traduz-se na perpetuação de estúpidos políticos que depois de tragédias anunciadas como a da semana retrasada, vem a público simular consternação e anunciar ações de parceria governamental eleitoreiras entre a União, Estado e Municípios, como se fosse um "reality show" permanente
com Lula, Dilma, Cabral

e Eduardo Paes em "fremente lua de mel entre eles", como vaticinou Nelson Rodrigues sobre políticos brasileiros.
No Pará parece que as chuvas de março e abril apenas deixaram buracos nas ruas de Santarém, inundações nas ruas de Icoaracy e lixo nas calçadas, ruas e praças da cidade de Belém. No caso de Belém parece que o nosso alcaide tem o narcisismo, a insensatez e a incompetência do nosso velho sindicalista deslumbrado - um dia abraça um, no outro, outros e viaja sem nada saber ou perceber.
No mais, os "companheiros" no Estado trabalham como num formigueiro com mais de uma rainha. O sujeito pode até bater na mãe do outro que continua "companheiro". Até para nomear e demitir de uma só vez a Élida

fazem um bicho de 7 cabeças que mais envergonhou a Élida do que o Governo.
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A maior realização do governo do Pará - como disse Jabor sobre o governo petista - foi a desmontagem da Razão.
Podemos decifrar, analisar, comprovar crimes ou roubos mas nada acontece.
Ninguém tem palavras para exprimir indignação, ou melhor, ninguém tem mais indignação para exprimir em palavras.
Está chovendo e muito, dentro de nós.
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Ronaldo Franco: É verdade. O nosso orgulho está cheio de goteiras.
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Aos leitores: um suavíssimo final de semana. Até >>segunda!
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"Cantando na Chuva" Papa-Xibé (...) Admito que gosto de sentar numa mesa de bar preguiçosamente instalada na calçada, o que já não dá para fazer com o prazer correspondente tamanho o assédio pedinte.
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Mas o meu prazer não deve interferir no direito que as pessoas têm de ir e vir. O que uma coisa tem a ver com a outra? Simples: trata-se do uso do espaço público.
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(...)É preciso também chamar a atenção para os restaurantes e bares que avançam com suas mesas - e toldos -para além dos limites, dificultando e , às vezes, até mesmo impedindo a passagem dos caminhantes.
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Aliás, além das mesas alguns restaurantes instalam churrasqueiras na calçada, despejando cinzas, fumaça e um bafo de dragão na cara de quem passa. O pedestre é obrigado a desviar
para o asfalto. Seguimos por entre mesas, entulhos e abusos. Só não me venham com a invariável alegação de que é preciso compreender o drama social dessas pessoas. É desculpa para a ineficiência, imobilidade ou conveniência do poder público.
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São inúmeras as formas dessa ocupação. Além dos camelôs, dos bares e de sua transformação em estacionamento, com os carros atravessados e barrando o fluxo, as calçadas recebem entulhos de obras(...) Casas comerciais por sua vez, chegam a cercar de grades a passagem pública, vedando
completamente a circulação no trecho.
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E quando, finalmente, agraciado pelos deuses do calçamento, abre-se diante do pedestre uma calçada livre, desimpedida, outra realidade barra-lhe os passos. Percebe-se que as nossas calçadas que nunca foram uma passarela, estão bem piores que as ruas, comprovando que o pedestre é um cidadão de terceira classe, ao contrário de quem tem borracha para queimar asfalto.
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Quando chove, e como chove, empoçam. São armadilhas para o caminhante.
Para quem sempre quis encarnar um Gene Kelly básico, não há locação melhor para um "Cantando na Chuva" papa-chibé.
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E assim, como também já escrevi, caminha a humanidade belenense: aos tropeções.
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* Texto de Elias Ribeiro Pinto >>Hoje >>no Diário do Pará.
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Sexta é o Dia D De beber sobre todas coisas
Todas as coisas negativas
Sobre as costas que carregam o tédio e o cansaço do mundo
Sobre o exercí(cio) de sobrevivência

Beber sobre as cabeças em regime de prisão perpétua

De beber sobre o arco-íris político.
De beber sob a chuva de promessas dos políticos
De levar a sério a conversa fiada


De não ser marginalizado por discordar

De fazer inveja aos homens de ternos e gravatas
De não bater continência pra ninguém
De manter a alegria e a gargalhada

De expulsar o individualismo, a competição
De rir de si mesmo
E de uma vez por todas não ouvir poemas recitados
De ser um socialista moreno literalmente
De cofiar os bigodes antes do sim e do não

Sexta é o Dia D
De sair de cima do muro
De não ser esnobe
De mostrar ginga e malícia

De estar sempre de olho nas minissaias
De não ser rico, apenas generoso
De ter o fôlego (no amor) de campeão de natação
De ser divertido e conciliador

De ter amigo de mão aberta
De expor ternuras
De saber ouvir
De não fingir

De mentir façanhas...

De ser um palmo menor do que a mulher amada
De pendurar vaidades e a conta no boteco
De engolir egos do tamanho do Mangueirão
De duplicar o poder de sedução

De ser técnico de futebol
De não ser só
De ser um revolucionário da espontaneidade

De não ser poeta, ser apenas um verso
De ser uma antologia etílica de amigos

De ser o que é
na sexta de não ser...
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(RF)
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A voz de Ângela Carlos para Pernambuco. A cantora Ângela Carlos divulga CD em Recife: no programa de Ivan Ferraz na Rádio Universitária de Recife.E recebe o abraço de Zeh Rocha >parceiro de Lenine.
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Talvez você não escute:mas existem seres humanos que choram do chão...
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quinta-feira, 22 de abril de 2010






Namorados (...)São, na juventude, a coisa mais antiga que há no parque, incluindo velhas árvores que por ali espapaçam sua verde sombra; e as momices e brincadeiras que se fazem dariam para escrever todo um tratado sobre a arqueologia do amor, pois têm uma tal ancestralidade que nunca se há de saber a quantos milênios remontam.
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Eu os observo por um minuto apenas para não perturbar-lhes os jogos de mãos e misteriosos brinquedos mímicos com que se entretêm, pois suspeito de que sabem de tudo o que se passa em sua volta.(...)
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* Vinícius de Moraes > Para viver um grande amor: J. Olimpo, 1973.p.39)
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As aventuras da família Brasil * by Luis Fernando Veríssimo.
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Clik sobre a "tira" > vc vai vê-la ampliada.
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Amanhã é Dia Mundial do Livro "O hábito de ler bons livros, revistas e jornais desenvolve o pensamento crítico e as práticas cotididianas."
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* Bindes Fá.
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quarta-feira, 21 de abril de 2010


É Preciso Fazer Alguma Coisa :poema de Thiago de Mello.


Escrevo esta canção porque é preciso.
Se não a escrevo, falho com o pacto
que tenho abertamente com a vida.
E é preciso fazer alguma coisa
para ajudar o homem.

Mas agora.

Cada vez mais sozinho e mais feroz,
a ternura extraviada de si mesma,
o homem está perdido em seu caminho.

É preciso fazer alguma coisa
para ajudá-lo. Ainda é tempo.

É tempo.

Apesar do próprio homem, ainda é tempo.
Apesar dessa crosta que cultivas
com amianto e medo, ainda é tempo.

Apesar da reserva delicada
das toneladas cegas mas perfeitas
de TNT pousando sobre o centro
de cada coração - ainda é tempo.

No Brasil, lá na Angola, na Alemanha,
na ladeira mais triste da Bolívia,
nessa poeira que embaça a tua sombra,
na janela fechada, no mar alto;
no próximo Oriente e no Distante,
na nova madrugada lusitana
e na avenida mais iluminada de New York.
No Cuzco desolado
e nas centrais atômicas atônitas,
em teu quarto e nas naves espaciais
- é preciso ajudá-lo.

Nas esquinas
onde se perde o amor publicamente,
nas cantigas guardadas no porão,
nas palavras escritas com acrílico,
quando fazes o amor para ti mesmo.

Na floresta amazônica, nas margens do Sena,
e nos dois lados deste muro
que atravessa a esperança da cidade
onde encontrei o amor
- o homem está ficando seco
um sapo seco
e a sua casa já se transformou
em apenas local de seu refúgio.

Lá na Alameda de Bernardo O´Higgins
e no sangue chileno que escorria
dos corpos dos obreiros fuzilados,
levados para a fossa em caminhões
pela ferocidade que aos domingos
sabe se ajoelhar e cantar salmos.

Lá na terra marcada como um boi
pela brasa voraz do latifúndio.

Dentro do riso torto que disfarça
a amargura da tua indiferença,
na mágica eletrônica dourada,
no milagre que acende altos-fornos,
no desamor das mãos, das tuas mãos,
no engano diário, pão de cada noite,
o homem agora está, o homem autômato,
servo soturno do seu próprio mundo,
como um menino cego, só e ferido,
dentro da multidão.

Ainda é tempo.
Sei porque canto: se raspas o fundo
do poço antigo de sua esperança,
acharás restos de água que apodrece.

É preciso fazer alguma coisa,
livrá-lo dessa sedução voraz
da engrenagem organizada e fria
que nos devora a todos a ternura,
a alegria de ser gente e de viver.

É preciso ajudar.

Porém primeiro,
é preciso ajudar-me, agora mesmo,
a ser capaz de amor, de ser um homem.

Eu que também me sei ferido e só,
mas que conheço esse animal sonoro
que profundo e feroz reina em meu peito.


(Alemanha, setembro, 1974)

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