domingo, 30 de novembro de 2008

No show de Sérgio Ricardo


Poeta Marfiza de França & Sergio Ricardo: O encontro apaixonado de bons amigos.
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Janelas de Dezembro

Foto:Nega
Janelas : vãos cavados nas casas da memória,
e nelas surgem as saudades,
que se escancaram para a distância das coisas.
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Nos rasgões das paredes do cotidiano,
debruçam-se as vozes
de calendários calados...
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Janelas são
bocas das palavras domésticas:
liberdade do dizer para além delas.
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Os dias de dezembro abrem-se para o mundo.
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(RF)
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Claridade

foto:Nega Um instante povoado pelas letras, mas também pela claridade da linguagem.
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O Galo das Chuvas

Foto:Nega
Nem sempre escutado
O galo e sua ópera encharcada
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No tempo
por cima
dos telhados do tédio
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Sobre
chuvas íntimas
no bordel das conversas
.
Movimenta
as folhas dos corpos
em resma de silêncios...
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(RF) Do livro "Cidade Velha" de Ronaldo Franco.
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Cidade Velha

Foto:Nega
Que calvário
estreitou as ruas do sol?
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(RF)
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Fidélia

Fidélia (cantora e poeta): (nor)destinada ao sucesso!

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Elida Braz:campanha de prevenção a Aids


sábado, 29 de novembro de 2008

O bonde musical do poeta Carlos Cruz

O bonde do poeta Carlos Cruz:- transita nessa floresta de telhados e não pode evitar a viagem interpretativa, que consiste em fazer surgir uma cidade poética.
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Nos trilhos das palavras bem vivas
(aparentemente extraviados do cotidiano) recuperam a Estação da Memória.
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A música paraense nos anos 80 > escreve Edgar Augusto

Walter Bandeira
Lucinha Bastos
Edir Proença
Paulo André Barata
Albinha Os anos 80 trouxeram alterações que influíram sobre a música paraense. Algumas foram do tipo favorável. Porém, principalmente ao término da década, certos modismos converteram-se em verdadeiros obstáculos às apresentações de qualidade na linha MPB.
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A favor podemos citar o veículo poporcionado ao pessoal da terra pela Rádio Cultura, a existência de minha coluna à disposição no Liberal e depois no Diário, a utilização de certos fatores de apoio na mídia, embora raramente envolvendo emissoras AMs.
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Sem dúvida, somados, deram uma divulgação maior a produção local de MPB. As casas de espetáculos aumentaram em número na capital. Ao majestoso Teatro da Paz, ao popular São Cristovão, vieram juntar-se os teatros Waldemar Henrique, o Margarida Schiwazzappa da Fundação Tancredo Neves, o Gabriel Hermes do SESI, além da possibilidade de aproveitamento dos ginásios do SESC, da escola de Educação Física, do campus universitário do Guamá etc.
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A janela dos novos do Projeto Pixinguinha permitiu a exibição de promissores intérpretes paraenses ao lado de artistas nacionalmente consagrados. A profusão de bares e barzinhos, com música ao vivo, invadiu a cidade: Casa do Choro, Adega do Rei, Lanchonete Um, Hora Extra, Renasci, Maracaibo etc.
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O fato colocou em alta a composição de nossos autores, nas noites dos bares. Diversos festivais foram realizados sobretudo na área estudantil (UFPA, Faculdade de Ciências Agrárias, Colégio Moderno etc) revelando novos nomes de valor, como Eduardo Dias, Ronaldo Silva, Rafael Lima, Walter Freitas e Joãozinho Gomes.
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Bons intérpretes não faltaram: Walter Bandeira (em traços do J.Bosco), Hélio Rubens, Pedrinho Cavalero, Lucinha Bastos (foto), Marco Monteiro, Eloi Iglésias, Maca Maneschi, Delço Taynara, Maria Lídia, Eleny Galvan, Albinha(foto), a seresteira Hortência Ohana, a sambista Creuza Gomes entre outros.
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Estúdios de gravação foram sendo implantados (Rauland, Gravasom, Estúdio C, De Campos Ribeiro, Edgar Proença da Funtelpa etc) levando à instalação de equipamentos de 16 e 24 canais e abrindo maiores perspectivas para as produções independentes.
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Aliás convém lembrar que o êxito de Nilson Chaves, com seus discos independentes, acabou se transformando num incentivo importante nesse terreno. Os selos começaram a surgir (Erla, Gravasom, Outros Brasis etc) até alcançar a cerca de 20 na década seguinte.
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Várias músicas compostas aqui conseguiram grande aceitação popular aqui mesmo. Podemos citar, por exemplo, o sucesso obtido por composições como "Afoxé do Guarda Chuva" (Clélio Palheta, Cássio e Cláudio Lobato), o carimbó "Pescador" (Mestre Lucindo), a marcha do Vestibular (Pinduca), "Pàssaro Cantador (Pedrinho e Jorge Andrade), "Flor do Grão-Pará" (Chico Sena), "Chamegoso" (Alfredo Reis e Príncipe), "Janela de Belém" (Alcyr Guimarães e Dio) , "Pecado de Adão"(Elói Iglésias), "Ao Pôr do Sol" (Firmo Cardoso).
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A essas podemos acrescentar outras composições que também tiveram chance de divulgação nacional como o carimbó "Este Rio é Minha Rua", de Paulo André (foto) e Rui Barata, e Bom-Dia, Belém, de Edyr Proença (foto)e Adalcinda, através de Fafá de Belém.
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Instrumentistas de técnica e méritos consideráveis firmaram-se no correr dos anos 80:
Tynnôko Costa, Luiz Pardal, João Marcos, Jacinto Kahwage, Rik Sandres (teclados), Yuri Gadelha, Maria José Moraes, Alcyr Meireles (flauta), Thaís Carneiro (violino), Maciel, Daniel de La Touche (trompete), Toninho do Carmo, Marinaldo, Manezinho, Paulo Levi (saxofone), Kzan Gama, Mini Paulo, Calibre, Baboo, Maizena, Juista, Ney Conceição,Nego Nelson, Jairo Monteiro, entre outros. É claro que tais nomes correspondem apenas aos que vieram à tona de estalo, na recordação suscitada por um simples papo.
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Após meados da década, a ascenção do brega e da lambada, o romantismo banalizado e difundido pelas duplas sertanejas, o carimbó estilizado com acompanhamento eletrônico, mas em geral com textos de pobre inspiração, o ritmo baiano da chamada axé music, tudo isso dificultou o caminho da MPB.
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Inclusive o aparecimento e proliferação de bandas, para o gozo de frenéticas pistas de dança, afastou o repertório de MPB, deteve o intimismo, fazendo crescer a saudade da bossa nova e de um bom samba-canção.
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Por outro lado, graças ao estouro da lambada, o paraense Beto Barbosa alcançou o estrelato nacional, o brega do Carlos Santos vendeu a fábula de um milhão de cópias do vinil Quero Você.
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Nesta data tão querida >> Raimundo Mário Sobral


Tão Belém

Há tempos venho me dedicando com afinco incomum e estóica perseverança a pesquisar um fenômeno tipicamente papa-chibé.
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Trata-se, meus e minhas, dos registros natalícios de Manga City, a Mimosa do Norte.
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Após esse vasto, exaustivo e criterioso período de pesquisa cheguei a conclusão: aqui só vale quem tem...
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Um singelo exemplo: profissional que até bem comandava badalado plano de saúde, no dia do aniversário dele recebia frenético festival de efusivos rapapés e jubilosos salamaleques com direito a retratos do tamanho dum bonde.
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A apeado que foi das funções que exercia, hoje, o nat do distinto passa em alvíssimas nuvens sem merecer sequer um reles e xinfrim notinha de rés-de-página. Completamente ignorado.
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Por isso que se diz: você, meu chapa, que está por cima da carne seca, aproveite, desfrute, curta, usufrua, esse intante de fama e de glória.
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Porque, amanhã, se estiver no ostracismo já sabe: você só vai ganhar aquilo que a Luzia ganhou na horta e olhe lá. Aqui só vale quem tem.

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sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Michelle Cunha: Domadora de rinocerontes

c´est la vie, cherie.
eu si-disfarço e eu-si-divirto!




...e se faço chover, com dois riscos faço um guarda chuva
*
Michelle por Michelle:

Domadora de rinocerontes, dada a sentimentalismos, dislexica, romântica, pero no mucho, tem apreço por guarda-chuvas e árvores, brinca de ser gente grande, faz arte, desenha, pinta mas não borda. Vai todo dia para o trabalho, chega em casa cansada. Deixa a vida fluir e não quer dizer muito com essas palavras.
Transborda naquilo que a faz sentir-se bem. Não deixa que ninguém faça com que se sinta uma pessoa pior, embora tenha tanto para melhorar. Leva um sorriso no canto da boca e ri de si mesma.
Eu acredito é na rapaziada!
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Aíla & Leandro




J.Bosco


J.Bosco por J.Bosco.

O primeiro beijo da Mônica



CHEGA HOJE ÀS BANCAS A REVISTA TURMA DA MÔNICA JOVEM Nº4,
COM O PRIMEIRO BEIJO DA MÔNICA E CEBOLA


Os fãs da Turma da Mônica, que neste ano conheceram os personagens de Mauricio de Sousa na adolescência, verão o esperado beijo entre a Mônica e o Cebola, no quarto número da série Turma da Mônica Jovem, que chega hoje, 27 de novembro, às bancas. A publicação editada pela Panini teve o primeiro número lançado em agosto e transformou–se rapidamente no maior sucesso editorial do mercado de quadrinhos brasileiro dos últimos anos. A soma da venda das edições anteriores ultrapassa 500 mil exemplares.

A edição número quatro é o final da primeira série As Quatro Dimensões Mágicas – aventura nos moldes das histórias de super-heróis, com batalhas travadas em mundos mágicos e naves espaciais. A série está sendo considerada uma grande novidade na história recente dos quadrinhos nacionais, pelo fato de seu criador Mauricio de Sousa encarar o desafio de inovar na Turma da Mônica, sucesso de público e vendas há 40 anos. A Editora Panini, responsável pela edição da Turma da Mônica Jovem prevê investimentos de divulgação em campanhas na TV, internet, material de ponto de venda, entre outros.

Os personagens adolescentes revelam sua nova fase para toda uma geração de leitores que acompanhou as histórias da Turma do Limoeiro. Num traço que mescla o estilo de Mauricio de Sousa ao dos mangás (quadrinhos japoneses), a série poderá ser adquirida, a partir de agora, por meio de assinatura. O pacote de assinaturas, chamado Pacote Jovem conta também com o título Coleção Histórica – que reúne as primeiras histórias da Turma da Mônica, criadas na década de 70. A publicação bimestral, lançada no ano passado, vem num box, contendo cinco revistas. O Pacote Jovem de assinaturas começará na oitava edição da Coleção Histórica.

O diretor de Marketing e Comercial da Panini, Marcio Borges, salienta que o objetivo foi permitir ao leitor uma grande viagem ao mundo de Mauricio de Sousa. “O público poderá ter em sua coleção a evolução do trabalho artístico do desenhista e acompanhar as aventuras de seus personagens mais queridos É um presente para as próximas gerações”, finaliza Borges.



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Porões

Poeta Márcia Sanchez Luz
Devemos ler “Porões Duendes” porque a autora, Márcia Sanchez Luz, é visceralmente poeta. E como todo poeta, tem o amor como parte integrante de sua alma. Sua inteligência poética está muito acima da média. Sua presença literária ultrapassa fronteiras. Basta ler nas orelhas deste livro suas credenciais extremamente importantes. Ninguém conquista os inúmeros títulos que Márcia amealhou sem um trabalho sério, competente, técnico, paradoxalmente permeado, em sua essência, ao profundo amor que ela generosamente transborda em tudo que faz.Depois do sucesso do livro “No Verde dos Teus Olhos”, Ed.Protexto, 2007, resolveu alçar vôos mais ousados. Inspirada nos grandes poetas parnasianos, enveredou pela difícil arte da construção de sonetos e o resultado está nas páginas deste “Porões Duendes”, fruto de estudo, dedicação, esforço e principalmente do imenso talento literário, orgulho de todos que têm o privilégio de conhecer sua obra.

Airo Zamoner - Editor


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quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Prêmio Internacional


Fundação Carlos Gomes recebe prêmio internacional

Mais uma vez a Fundação Carlos Gomes é distinguida com um prêmio internacional. A entidade acaba de ser contemplada com o “Latin American Quality Awards 2008”. Responsável por esta premiação, o Latin American Quality Institute é o organismo de Desenvolvimento de Normas e Padrões de Qualidade mais importante da América Latina.
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Seu principal objetivo é reconhecer as empresas que se destacam entre os países membros da organização.
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A empresa certificada pelo instituto – exemplo, no caso, da Fundação Carlos Gomes – recebe a garantia da qualidade total dos produtos e serviços por ela oferecidos à sociedade em que atua. O certificado tem validade internacional e reconhecimento nos mais de 100 países associados.

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A solenidade em que se dará publicamente esse reconhecimento empresarial será realizada no Sheraton Miramar, na cidade de Viña Del Mar, no Chile, nos dias 27, 28 e 29 de novembro. Na condição de representante do superintendente da Fundação Carlos Gomes, Antonio Carlos Braga( foto), o diretor técnico Daniel Araújo estará presente ao evento a fim de receber o certificado mais importante da América Latina em sua área.


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Júlio Cezar

O paraense Júlio Cezar foi o homem que criou as bases para aeronáutica moderna, transformando balões em dirigíveis. Ele descobriu os princípios que tornaram possível navegar pelo ar, abrindo caminho para Santos Dumont chegar ao avião.
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Júlio Cezar nasceu em 13 de junho de 1843, no município do Acará. Sua família era extremamente pobre, mas a inteligência fora do comum do menino foi notada pelo bispo Macedo Costa, que o tomou sob sua proteção e o levou para o seminário diocesano, onde ele fez seus estudos preparatórios.

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A seguir, foi matriculado na Escola Militar do Rio de Janeiro, que cursou durante quatro anos.
Seu vigor intelectual expressava-se em seis línguas que falava fluentemente, e legou, ainda, para a posteridade, uma gramática da língua portuguesa.

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Em 1864, publica seus primeiros trabalhos literários , iniciando uma atividade pública que perduraria durante dez anos.
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Deflagrada a guerra do Paraguai, alista-se como voluntário no Exército e fica em Montevidéu durante três anos retornando em 1868.

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No retorno a Belém do Pará, engaja-se na imprensa. Além dos folhetins e poemas que escreveu, tornou-se notável como polemista e crítico, uma das grandes expressões da imprensa da época.
Sendo diretor de A Constituição e a Província do Grão Pará e da Biblioteca Pública.

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Mas, a partir de 1874, Júlio Cezar dedicou-se integralmente, a decifrar a dinâmica do vôo e foi, sem dúvida, um inovador no campo da aerodinâmica de apoio no ar, a concepção fusiforme dissimétrica dos balões, a forma e posição da cauda dos dirigíveis, a composição de forças para a sustentação, que constituem exemplos do estudo que realizou.

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Em 1880, publica sua teoria que estabelece um sistema aerodinâmico para dirigíveis, de forma que estes pudessem resistir ao vento. Ele explica o que chamou de forma dissimétrica.
“O meu aeróstato é, por bem dizer, uma ave investida e, admitindo que ele seja mais leve que o ar, dou-lhe superfície de resistência para que sejam para leveza ou força ascensional do sistema o que as asas e a cauda do pássaro são para o seu peso”.

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Assim como na ave, o peso é sempre proporcional às dimensões de superfícies do ponto de apoio, e tanto este quanto o peso são proporcionais à mobilidade do ar, da mesma maneira a força ascensional e as dimensões da superfície de resistência do balão do meu sistema são proporcionais entre si e a mobilidade do ar.

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Essa descoberta estabeleceu para sempre a forma dos dirigíveis – um charuto mais grosso na proa – e , mais tarde, dos aviões.

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Júlio Cezar submeteu sua teoria aos meios científicos, que a aprovaram, primeiro através do Instituto Politécnico Brasileiro, então o maior instituto científico na América do Sul, que considerou o sistema desenvolvido pelo inventor paraense o único aceitável para a navegação aérea e, mais tarde, expondo-a em Paris, na Academia de Ciências.

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O acerto do parecer seria testado na prática mais tarde, quando, em 1881, subia ao ar o “Victória”, primeiro dirigível do mundo em formato de charuto, provido de asas e leme, desenvolvido por Júlio Cezar nas oficinas de Hilaire Lachambre, em Paris.

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Com o apoio do governo provincial do Pará, Júlio Cezar patenteou sua invenção em dez países: França, Alemanha, Portugal, Inglaterra, Bélgica, Espanha, Itália, Áustria, Antiga União Soviética e Estados Unidos.

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Se somarmos a isso os atributos de idealismo e altruísmo que também o caracterizaram, teremos formado o perfil de um homem que, como tantos outros, sacrificou sua experiência a serviço do progresso da humanidade.

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Em outubro de 1881, a Sociedade Francesa de Navegação Aérea (SFNA) o convidou a expor a sua teoria de navegação aérea, o que de fato aconteceu no dia 27 desse mesmo mês, tão logo ele obteve a concessão da patente francesa para seu invento.

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A repercussão foi tão positiva que o nomearam membro da instituição, em 10 de novembro de 1881, dois dias após a realização das primeiras de suas experiências práticas na Cidade Luz. E o capitão francês, Charles Renard, que presidira a SFNA até junho de 1881, comentou: “Como eu lamento que o inventor não seja um francês!”

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Durante quase cem anos, o silêncio caiu sobre o inventor e sua obra
. Somente em 1987 começou a reabilitação do inventor, através de pesquisa desenvolvida por Fernando Medina do Amaral e o PHD em física e professor da UFPA Luís Carlos Bassallo Crispino, que a partir de documentos recolhidos em vários pontos do Brasil, da França e de Portugal, restabeleceu os fatos e a importância devida de Júlio Cezar no desenvolvimento da aviação, como o homem que conseguiu explicar quais os princípios da navegação aérea.

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Falta, entretanto, a reabilitação integral do inventor paraense, de forma que lhe seja dado o espaço que merece, ao lado de Bartolomeu de Gusmão, Augusto Maranhão e Santos Dumont. Nada dizem de Júlio Cezar nas publicações, oficiais ou oficiosas, sobre o nascimento da aviação no Brasil e até hoje não houve ato que dignificasse a memória desse homem, cuja genialidade ultrapassou os seus contemporâneos para garantir-lhe um lugar na história.

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Somente o instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica (Incaer), instituição que tem por finalidade principal preservar e divulgar as contribuições brasileiras para a aeronáutica, fundado em 1986, criou a Cadeira número 17, cujo patrono é Júlio Cezar Ribeiro de Souza.
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“Bem sei que a noite tem a propriedade de confundir as sombras com as realidades, seja ela a noite que resulta da ocultação do sol ou a que provém da ocultação da verdade, mas sei que a verdade, como o sol, acaba sempre, por distinguir as realidades das sombras.”

Júlio Cezar Ribeiro de Souza.

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terça-feira, 25 de novembro de 2008

Natal dos Ribeirinhos


Paulo Leminsk




LÁPIDE 1
.
epitáfio para o corpo
aqui jaz um grande poeta.
nada deixou escrito.
este silêncio, acredito
são suas obras completas.
.
LÁPIDE 2
epitáfio para a alma
aqui jaz um artista.
mestre em disfarces
.
viver
com a intensidade da arte
levou-o ao infarte
deus tenha pena
dos seus disfarces
.
AÇO E FLOR
.
quem nunca viu
que a flor, a faca e a fera
tanto fez como tanto faz,
e a forte flor que a faca faz
na fraca carne,
um pouco menos, um pouco mais,
quem nunca viu
a ternura que vai
no fio da lâmina samurai,
esse, nunca vai ser capaz.
.
*a estrela cadente
me caiu ainda quente
na palma da mão
.
*parem
eu confesso
sou poeta
cada manhã que nasce
me nasce
uma rosa na face
parem
eu confesso
sou poeta
só meu amor é meu deus
eu sou o seu profeta
.
*para a liberdade e luta
me enterrem com os trotskistas
na cova comum dos idealistas
onde jazem aqueles
que o poder não corrompeu
me enterrem com meu coração
na beira do rio
onde o joelho ferido tocou a pedra da paixão
.
*en la lucha de clases
todas las armas son buenas
piedras
moches
poemas
.
*WITH THE MAN
.
aqui
no oeste
todo homem tem um preço
uma cabeça a prêmio
índio bom é índio morto
sem emprego
referência
ou endereço
tenho toda a liberdade
pra traçar meu enredo
nasci numa cidade pequena
cheia de buracos de balas
porres de uísque
grandes como o grand canyon
tiroteios noturnos
entre pistoleiros brilhantes
como o ouro da califórnia
me segue uma estrela
no peito do xerife de denver
.
*manchete
.
CHUTES DE POETA
NÃO LEVAM PERIGO À META

*POESIA:
.
"words set to music"(Dante
via Pound), "uma viagem ao
desconhecido" (Maiakóvski), "cernes
e medulas" (Ezra Pound), "a fala do
infalável" (Goethe), "linguagem
voltada para a sua própria
materialidade" (Jakobson),
"permanente hesitação entre som e
sentido" (Paul Valery), "fundação do
ser mediante a palavra" (Heidegger),
"a religião original da humanidade"
(Novalis), "as melhores palavras na
melhor ordem" (Coleridge), "emoção
relembrada na tranqüilidade"
(Wordsworth), "ciência e paixão"
(Alfred de Vigny), "se faz com
palavras, não com idéias" (Mallarmé),
"música que se faz com
idéias" (Ricardo Reis/Fernando Pessoa),
"um fingimento deveras" (Fernando
Pessoa), "criticismo of life" (Mathew
Arnold), "palavra-coisa" (Sartre),
"linguagem em estado de pureza
selvagem" (Octavio Paz), "poetry is to
inspire" (Bob Dylan), "design de
linguagem" (Décio Pignatari), "lo
impossible hecho possible" (Garcia
Lorca), "aquilo que se perde na
tradução (Robert Frost), "a liberdade
da minha linguagem" (Paulo Leminski)...
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Surfando com Edyr Augusto


* Que misteriosa pilha
mantém aceso o farol
que sai dos teus olhos...
.
* A vida passa ligeira
em jatos e frames de emoção
Edito o que vier primeiro
amor, crime, decepção
Há takes bem vagabundos
e até mesmo cinema noir
um mix dos próximos capítulos
será o bastante para me liquidar
.
*O sensor do Amor
.
paixão eriçada,
fogo ateado na espinha,
comunhão da razão que domina.
Relés estouram,
tudo passa em slow motion
Um filete de sangue escorre
e não há dor.
Somente o sensor do amor.
Teclo Review.
Repeat:
o sensor do amor
o sensor do amor
.
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3 poemas de Nelson Motta


* Identidade perigosa
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por ser eu a sua
e você (no fundo e dentro)
a minha cara,
o nosso drama
e nossa irônica aventura rara:
o tanto que nos une
é o mesmo que nos separa
.
* Heavy Rêve
.
Ser teu pai, teu filho, tua mãe,
ser mais,
ser fêmea do macho que te habita
e homem da mulher que há em ti.
.
*Mídia & Tédio
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nos vácuos
por ócio e vício
leio jornais
penso ouvir notícias
e não sei o que se passa
mesmo sabendo que se
soubesse o que importaria?
.
(?) qual herói, qual mídia-star seria
por segundos, qual criminal
me imprimiria seu rosto? qual
deus do esporte, qual morte
anônima me faria
um papel escrito ao vento?
.
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Chico Nogueira > ator brasileiro


Chico Nogueira só podia ser ator. Curitibano do Portão, nasceu no Dia do Teatro, 27 de março. E, por isso, não é só isso: é sonoplasta, diretor teatral, fotógrafo e professor da FAP. Ex-diretor da Cinemateca de Curitiba e Museu da Imagem e do Som, teve ainda o privilégio de estagiar em alguns teatros de Berlim, Bochum, Essen, Munique, Hamburgo e Madri.
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Sonho de outra profissão, o que seria?
Cantor de ópera ou musical (te cuida, Paulo Szot!).
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Dando a sexta-feira por finda, um fim de semana perfeito: Buenos Aires com amigos do peito.
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Serra abaixo ou serra acima: Serra acima.
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A mais bonita paisagem do Paraná: Cataratas do Iguaçu.
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A mais bonita paisagem urbana de Curitiba: Parque Barigüi.
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Uma rua da cidade: Comendador Araújo, acima da Brigadeiro Franco.
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Um sábado de chuva: Repassando meus CDs.
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Um domingo de sol: Fotografando pela cidade.
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O que você não dispensa no inverno? Boné, cachecol e Labello.
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O que você não dispensa em qualquer estação do ano? Bate-papo com amigos.
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O que é muito bom fazer sozinho? Assistir a um filme triste.
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Uma música para ouvir hoje: Modinha (Elis Regina).
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Outra para ouvir amanhã: In my life (Beatles).
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Um instrumento musical para tocar numa balada de sábado: Uma guitarra Zaganin Modelo Serj Buss (amigão de Curitiba, parceiro de trabalho, homenageado com um modelo que leva seu nome!).
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Um livro na estante: Dinorá (orgulho: com autógrafo do Dalton).
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Um livro na cabeceira: Do Éden ao divã - Humor Judaico (Moacyr Scliar e outros).
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Um filme de ontem: 2001 Uma odisséia no espaço.
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Um filme de hoje: Batman O cavaleiro das trevas.
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Um retrato na parede: De um irmão que já se foi.
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Um lugar para iniciar o fim de semana: Madrid, en la Plaza Mayor.
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Um acepipe de boteco: Las tapas de Madrid.
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O jantar no sábado: Em minha casa, curtindo um bom filme e um papo divertido com amigos.
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O almoço de domingo: Em São Luiz do Purunã, com Beto Bruel, Regina Bastos e outros amigos do peito.
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Uma receita de estimação: Musse de uva, vinho e chocolate.
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Uma sobremesa: O pudim de leite condensado que minha mãe e minha irmã faziam.
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Um copo para o espírito: Daquele vinho verde que ganhei certa vez de Reynaldo Jardim e Marilu Silveira (dois grandes incentivadores que tive em minha vida).
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Metade cheio, metade vazio: Metade cheio, só alegria.
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Saudades de um sábado qualquer: Em 1978, no Kapelle da Barão do Cerro Azul, quando todos que estavam à mesa ajudaram Karam a compor uma edição de Triboladas sobre a Copa da Argentina. Inolvidable!
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Uma viagem: Grécia, em 2009.
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Quem você convidaria para passar um fim de semana de sonho? Preferencialmente alguém com muitíssimo senso de humor.
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Noite de domingo, o que lhe parece? Promessa de uma boa semana, com trabalho, grana e muita risada.
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Há a perspectiva de segunda-feira, o que lhe dá preguiça: Entrar em banco, mesmo que seja para receber algum dinheiro.
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Uma frase sobre Curitiba: Apesar de..., apesar de..., a gente sempre volta!

*Dante Mendonça ( O Estado do Paraná.)


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Eudes Fraga


Limites > poeta Juan Gelman


Quem disse alguma vez: até aqui a sede,
até aqui a água ?
.
Quem disse alguma vez: até aqui o ar,
até aqui o fogo?
.
Quem disse alguma vez: até aqui o amor,
até aqui o ódio?
.
Quem disse alguma vez: até aqui o homem,
até aqui não?
.
Só a esperança tem os joelhos nítidos.
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segunda-feira, 24 de novembro de 2008

2 poemas de Jorge Andrade


Jorge Andrade: nascido em Belém;formado em Letras e Artes pela UFPa, pós -graduado em ensino de Literatura pela UEPA; professor de Escola Pública, compositor e parceiro de Pedrinho Cavalléro, Floriano, Paulo Moura, Nego Nelson, Ziza Padilha, Nilson Chaves, Ivan Cardoso e outros compositores.
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Paranatinga

.
Visto daqui, 2003
após anos e anos
poesia viva
.
a morte
e o tempo
ainda o mantém
intacto
.
a barba
era utensílio
de pensar
.
e o álcool
aliado à lingua
- faca,curare
conferia-lhe status
que hoje faz falta
a gentália

*

Cotidiano
.
É de silêncio
o vazio
.
o dia
é viril
.
é de açúcar
a manga
.
fechada
pelo sol
e o vento
.
verde
a grama umedecida
.
a fome
grave
greva
na boca
.
(é de muro
a história)

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Coppélia

Do Ballet original de Arthur Saint Leon, uma adaptação montada por Ana Rosa Crispino, bailarina e diretora da Ballare Escola de Dança.
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Participam todas as alunas de ballet clássico da escola, os bailarinps do Ballare Grupo de Dança, Guilherme Oliveira (primeiro bailarino da Especial Companhia de Danças Clássicas, de São Paulo) e Paulo Fonseca (ator do Grupo Experiência), no papel do Dr. Coppélius.
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As apresentações serão no Theatro da Paz, dia 29/11, sábado, às 20h e dia 30/11, domingo, às 19h.Ingressos na bilheteria do teatro.
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Maiores informações:Ballare Escola de Dança 3241.3182

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Júlio Irá Voar

Poeta Carlos Santos


O teatro resgatará em nível nacional a história de um dos maiores gênios da ciência brasileira.
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Acaba de ganhar o concorrido edital Caixa Cultural o espetáculo “Júlio Irá Voar”, que conta a trajetória do poeta, pesquisador e jornalista Júlio Cezar Ribeiro de Souza, grande descobridor dos princípios da aerodinâmica, um dos maiores heróis da Navegação Aérea Mundial.
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Escrito pelo dramaturgo Carlos Correia Santos, o texto já tinha conquistado o primeiro lugar no Prêmio Funarte de Dramaturgia em 2004.
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A montagem do espetáculo é do Grupo Palha com direção e encenação de Paulo Santana. Em 2006, a peça teve sua primeira temporada apresentada em Belém com o patrocínio do Programa Amazônia Arte Mix.
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Incluído no Catálogo da Dramaturgia Brasileira – acervo coordenado pela conceituada autora Maria Helena Kuhner, iniciativa vencedora do Prêmio Shell –, a obra de Correia também esteve na lista de trabalhos habilitados a disputar o Prêmio de Dramaturgia Antônio José da Silva, realizado pela Funarte e Instituto Camões.
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Além de todos esses destaques, “Júlio Irá Voar” conta com um aval de peso. O de Luis Carlos Bassalo Crispino, um dos maiores pesquisadores sobre o inventor nortista. Crispino já deu entrevista a Jô Soares sobre suas análises a respeito da trajetória de Ribeiro e, numa carta aberta, aponta a peça como uma importante ferramenta de divulgação dos feitos do navegador.
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“O Crispino foi minha grande fonte de pesquisa. Foi graças à paixão dele por Júlio Cezar que consegui coletar os dados que eu precisava para compor a trama. Ele guarda um acervo precioso sobre esse incrível personagem”, conta Carlos Correia Santos.

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Cavalos na Aurora > poema de José Maria Vilar

Pakomãn viu,
riscou um tropel à flor
do vento
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Os cavalos (quase) em pedras
Estancaram hirtos frente
à aurora
Luminosamente enfurecida.
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Marajó espreitava...
Papagaio, esse um,
Camaleão, esse outro,
espreitavam...
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Pekomãn viu...
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domingo, 23 de novembro de 2008

O Clube do Clik

No Clube do Clik:- "O imaginário em um processo sucessivo e interminável de construção e criação de novas realidades" Boris Kossoy.

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Alfredo Oliveira em Ritmos e Cantares



Alfredo Oliveira é um geminiano nascido em Belém. Diplomou-se pela extinta Faculdade de Medicina e Cirurgia do Pará, em dezembro de 1960, e até aposentar-se, por tempo de serviço, exerceu a prática médica na condição de clínico geral, sempre no âmbito de hospitais e ambulatórios da Previdência Social.
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Só depois dos 40 anos de idade, em julho de 1979, revelou, publicamente seu lado musical, antes restrito à roda de amigos, vencendo o festival "3 canções para Salinas" ( promovido pelo poeta Ronaldo Franco).
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A partir daí, não parou de compor, principalmente para o carnaval paraense, onde surgiu como autor de sambas-enredo.
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Em 1998 juntou-se a Paulo André Barata e Paulo Chaves Fernandes na elaboração do musical "Trazendo-Che no coração", em homenagem ao legendário Che Guevara. O espetáculo foi registrado em CD gravado ao vivo.
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Seduzido pela música popular brasileira resolveu penetrar mais nesse universo, buscando conhecimentos, mesmo sem compromisso de sentido técnico ou profissional.
Bibliotecas, livrarias, sebos, coleção de discos antigos, conversas com instrumentistas, cantores, tudo isso foi incluído num extenso roteiro à cata de informações.
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Em 1992, começou a escrever "Ritmos e Cantares", decidido a compartilhar, com seus leitores, o resultado de tanta abordagem.
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Em resumo, este livro pode ser considerado fruto de genuíno interesse cultural pela MPB, particularmente aquela que nasceu no Pará.
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Um grande rio musical

Compositores paraenses mergulhados no mundo das nossas raízes.
A foz (e as vozes) de um rio influente em sons. Afluente em criações musicais.
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Só o retrato nos prega à eternidade

Nos bastidores do Teatro da Paz: Poeta Ron( sem barba), compositor Antonio Carlos Maranhão, jornalista Edgar Augusto, Poeta Ruy Barata,Poeta José Maria Vilar.

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sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Palavras de Fernando Pessoa.

* "Somos forças porque somos vidas. Cada um de nós tende para si próprio com escala pelos outros. Se temos por nós mesmos o respeito de nos acharmos interessantes, toda a aproximação é um conflito. O outro é sempre o obstáculo para quem procura. Só quem não procura é feliz; porque só quem não busca, encontra, visto que quem não procura já tem, e já ter, seja o que for, é ser feliz, como não pensar é a parte melhor de ser rico."
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* "O amor quer a posse, mas não sabe o que é a posse.
Se eu não sou meu, como serei teu, ou tu minha?
Se não possuo o meu próprio ser, como possuirei um ser alheio?
Se sou já diferente daquele de quem sou idêntico, como serei idêntico daquele de quem sou diferente?
O amor é um misticismo que quer praticar-se, uma impossibilidade que só é sonhada como devendo ser realizada."
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* "Eu não escrevo em português. Escrevo eu mesmo."
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* "A vida seria insuportável se tomássemos consciência dela."
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* "Existir é desmentir-se. Não há nada mais simbólico da vida do que aquelas notícias dos jornais que desmentem hoje o que o próprio jornal disse ontem."
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* "Todos temos por onde sermos desprezíveis.
Cada um de nós traz consigo um crime feito ou o crime que a alma lhe pede para fazer."

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Juliana


Sexta.
Com Juliana: - A canção se roça com a emoção!
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Cela

A idéia da detenção num espaço como forma de ação humana punitiva e corretiva parece ter aparecido bem nos séculos treze e quatorze - ao mesmo tempo em que a perspectiva temporal e o espaço pictorial se desenvolviam em nosso mundo ocidental.
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Toda a concepção da clausura como meio de contenção e como meio de classificação não funciona bem em nosso mundo eletrônico. O novo sentimento que as pessoas experimentam sobre a culpa não é a coisa que possa ser atribuída a determinado indivíduo, porém de preferência, algo de que todos participam de maneira misteriosa. Esse sentimento parece estar voltando a nosso meio.
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Nas sociedades tribais, dizem-nos, é uma reação familiar, quando ocorre um acontecimento horrendo,as pessoas dizerem "Como deve ser horrível sentir desse modo", em lugar de culpar alguém por ter feito qualquer coisa horrível.
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Esse sentimento é um aspecto da nova cultura de massa - um mundo de comprometimento total no qual todos estão profundamente integrados com todos os outros e no qual ninguém pode imaginar o que possa ser culpa individual.

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Seu governo



Contar cabeças, estatística, parte predileta do processo de fragmentação do século dezoito, tornou-se, rapidamente, uma forma de aferição social incômoda e ineficiente num meio ambiente de velocidade elétricas instantâneas.
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O público, no sentido de um grande aglomerado de pontos de vista diferentes e separados, terminou.
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Hoje em dia, a audiência de massas (herdeira do "público) pode ser usada como força criativa e participante. Em vez disso, são-lhe oferecidos blocos de divertimento passivo. A política oferece as respostas de ontem para os problemas de hoje.
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Começa a germinar uma nova forma de "política" e, de certa maneira nós ainda não percebemos.
A sala de estar se transformou em cabine eleitoral. A participação, por intermédio da televisão, em Marchas da Liberdade, guerra, revoluções, poluição e outros acontecimentos, está mudando tudo.

(Quentin Fiore)

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