sábado, 7 de setembro de 2013

Sugestões para o PACTO DE EDUCAÇÃO.
A solução é mudar a cultura da escola, diz o educador José Pacheco.

O Projeto Âncora faz a sua parte. A escola em Cotia (SP) atende cerca de 300 estudantes de baixa renda de 3 a 15 anos com uma proposta baseada na autonomia do aluno. Para efeitos democráticos, eles estão no ensino infantil ou no fundamental. Mas, na prática, não há séries ou disciplinas separadas. Os alunos desenvolvem projetos sobre assuntos de seu próprio interesse, escolhidos por eles mesmos. O conhecimento é assimilado de forma integrada, tudo ao mesmo tempo. Os alunos são incentivados a encontrar soluções em equipe, baseados em experiências reais, exatamente como vão precisar fazer na vida fora da escola. Ao estimular a solução de problemas em conjunto, a ideia é favorecer um clima de cooperação, em vez de competição. E o trabalho coletivo vai além dos projetos em grupo. A cada quinzena, os alunos fazem assembleias com os professores para debater rotinas e regras."É sempre um trabalho por consenso", diz o prof. Victor Lacerda. Dar voz ativa aos alunos faz com que eles se envolvam mais com a aprendizagem.
Essa subversão da grade curricular não é exclusividade do Âncora, mas uma resposta comum de escolas que inovam para resolver a falta de conexão entre disciplinas. Na Índia, a Riverside School também tem essa dinâmica. Quando o tema foi chocolate, por exemplo, as crianças pesquisaram, fabricaram e venderam o dito cujo. Durante o processo, aprenderam ao mesmo tempo história, biologia, química e matemática. O aprendizado já vem empacotado com sua aplicação. De quebra, o trabalho é uma experiência social, em que eles desenvolvem conhecimento úteis normalmente negligenciados no ensino convencional,como relações sociais e culinária.
Por trás disso, está algo maior: fazer do mundo inteiro um espaço de aprendizagem. Os alunos são incentivados a exercitar a busca do conhecimento onde quer que estejam, não apenas na sala de aula.
* Na revista SUPER Interessante.

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