sábado, 7 de junho de 2008

Pedro (poeta) Galvão (publicitário)

Agora chegue bem perto
com uma câmara em close
do rosto do Pedro.
Esse bom camarada.
De agora.De sempre
Guri-rapaz-homem-poeta:
todos um só, todos Pedro
multipedro.

RF: O Galvão publicitário trabalha com a mão do Pedro poeta?

Pedro: Com muita transpiração.Muita.

RF: O que você lembra da época dos telefones pretos e das geladeiras brancas?

Pedro: Duas mulheres lindíssimas. Coincidentemente, uma branca, outra preta.

RF: Ultimamente o tempo tem passado depressa?

Pedro: Tempus fugit. Desde a época que se falava latim.

RF: O que é kitsch em Belém ?

Pedro: Aquela "catedral" na Cabanagem é assustadora.

RF: Você trocaria o barco da sua vida por apenas uma prancha de surfista?

Pedro: Surfar a vida é mais emocionante.

RF: "Ah, você está vendo só/Do jeito que eu fiquei/E tudo ficou..."Você
já cantou esses versos da Dolores Duran?

Pedro: Já. Já,sim...

RF: O "gentleman" deu lugar ao ubersexual?

Pedro: Ubersexual é o cara faz cunnilingus em alemão? É ?

RF: Fazer política é namorar homem?

Pedro: Pergunta ao Gabeira.

RF: Para quem você daria uma sopa de letrinhas?

Pedro: Uhh! Tanta gente!

RF: O que exarceba sua impaciência?

Pedro: Irresponsabilidade. A irresponsabilidade às vezes é um crime.

RF:O que lhe dói no fígado?

Pedro: O mau professor.O mau médico. O mau publicitário.

RF: O que é uma alma vira-lata ?

Pedro: A que se contenta com lixo. Lixo profissional, lixo escrito, lixo mulheril e lixo humano.

RF: Quantos "Camões" existem na cidade?

Pedro: Na língua só vejo dois: o Pessoa e o Drummond. Mas na cidade...

RF: Você bateu continência para alguém?

Pedro: Sim. Para o Drummond, para o Guimarães Rosa, para o Borges, para o Elliot e para as mulheres que amei.

RF: O que soaria implausível no palco do Teatro da Paz?

Pedro: Um show brega.Um pagodão. Coisa assim.

RF: A bossa nova é uma coisa, o calypso é outra?

Pedro: Mas o calypso pode ser maravilhoso. Que tal inventar o bossalypso?

RF:Qual o poema você declamaria com dez uísques no tanque?

Pedro: "A última canção do beco".

RF: A Cidade Velha é apenas uma realidade poética?

Pedro:...Mas como dói...

RF:Belém é feminina?

Pedro: Belém é uma mulher incrível. Mas tem que ser muito macho para amá-la.

RF: Em que rua seria a nossa "calçada da fama"?

Pedro: Na Braz de Aguiar. Mas antes da previsível invasão de camelôs.

RF: O que você não suporta sob o seu nariz?

Pedro: Nariz empinado.

RF: A Paz é apenas um comercial mundial?

Pedro: Nããão! A luta pela paz é a guerra que vale a pena.

RF: Quem vende mais - o vendedor de ideologia ou o balconista de desejos?

Pedro: O país mais rico do mundo sempre vendeu ideologia.Repara só.

RF: É possível farejar uma mentira sincera?

Pedro: Claro. Ninguém deve ser bobo. Mas precisa ter um faro de cão.

RF: Finalizando...Quem é uma pororoca humana?

Pedro: Aqui ainda não vi esse tipo de pororoca. (risos)

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3 comentários:

RENATO GUSMÃO disse...

Olá,Poeta!
é o seguinte:
Essa página está cada vez mais interessante. A entrevista com o publicitário-poeta Pedro Galvão, pra lá de superlativa, bem bacana.
Acho também, que poderia ser feito mais entrevistas com os fazedores de arte popular, aqueles que estão nas praças, nas ruas, nos espaços alternativos divulgando seus trabalhos e expandindo arte cultura na cidade.
abraço!

Márcia Sanchez Luz disse...

Que barato essa entrevista!! Um show genial.

Beijos,

Márcia

Unknown disse...

Entrevista gostosa...tem mais???