domingo, 29 de agosto de 2010

Poeta Bento Bruno de Menezes Costa > patrono da Feira Pan-Amazônica do Livro


"Esqueceram de mim", diz o fantasma do patrono.
Texto do jornalista Elias Ribeiro Pinto.(foto)
Muito bem. Na feira, o leitor assistirá, certamente, a palestras interessantes em torno da obra do autor de Batuque . Naturalmente, atiçado pelos comentários dos conferencistas, quem não o conhece aproveitará os estandes das livrarias para adquirir uma de suas obras.
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Mas, fatalmente, não topará com nenhum exemplar do preclaro patrono da vez.
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Como ocorreu em recentes edições anteriores da feira, o fantasma do patrono poderia, mãos nas cadeiras, diante das livrarias constatar, hollyoodianamente:
"Esqueceram de mim".
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Não sei se ainda resta em catálogo a edição, de 1993, das obras completas de Bruno de Menezes, em 3 volumes, pela Secretaria de Estado de Cultura.
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Ao definir o homenageado do ano, será que a organização da Pan-Amazônica não poderia agendar uma edição comemorativa do autor, a reedição de um de seus livros ou uma Antologia?
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Para não falar neste ano, da duvidosa programação musical, com cara de showmício disfarçado.
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É preciso repensar a feira.
Curiosamente, a reclamação dos escritores locais quanto à programação assemelha-se ao que ouvi - por exemplo, de um escritor brasileiro, vencedor de uma das importantes e bem pagas premiações literárias do país. - na última Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip.Há uma separação entre os escritores estrangeiros
convidados e os nativos. Aqueles constituem uma casta previlegiada, dizia-me esse escritor, ocupando os melhores horários e mesas individuais.
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Aqui em Belém, os nossos estrangeiros são os autores da banda de lá, Rio de Janeiro, São Paulo e entorno, que ocupam o horário nobre e bancada solo (com um
mediador que, por sua vez, não deveria ser o mesmo para todos os gringos).
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E assim de passagem: será que nenhum escritor jurunense como o atual patrono Bruno de Menezes, não poderia ocupar o horário nobre, a entrevista com as estrelas?
Para citar um (ainda que não jurunense nem meamofinado), cito o Edyr Augusto, autor de uma obra já encorpada.
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Bem, essa revisão pan-amazônica das letras papaxibés fica para o próximo governo a ser eleito este ano, seja o mesmo, ou o novo (novo?).
A organização da feira precisa ser repensada, arejada, lavando-se do ranço político.
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4 comentários:

Anônimo disse...

Interessante que nos jornais locais falam que há estandes para os escritores paraenses nessa feira, no entanto não fazem uma entrevista com eles, não expõem nem uma fotozinha(3x4) do rosto deles, só mostram (e bem na foto) os "estrangeiros". Será que algum governo pensará diferente. DUVIDO, caro Elias!
É só esperar pra ver.
Sonia Amaral.

Anônimo disse...

O regionalismo que não se incorpora nos que moram aqui.
Infelizmente, muitos de fora são exaltados mais do que os do aqui, devido a propaganda, que, não por não merecerem, mas faz deles os melhores, sem levar em consideração que nas artes, todos somos irmãos.
Não importa em qual ramo, mas todos somos diferentes, cada um com sua alma incipiente.

P.S.= É tão bom quando começamos a nos interessar pela nossa cultura!
Luana Cabral.

Anônimo disse...

Cabral você dscobriu o que muita autoridade política cobre com os seus interesses.
Excelente texto do Elias.Parabéns.
Téo.

MARCOS QUINAN disse...

Parabéns, tudo dito...

Abraço.