Quando o bicho pega e come : Jatene ou Ana Júlia?
" Muitos falam que político tem que ter lábia, prometer sabendo que não vai cumprir, tudo vale para se eleger ou reeleger.
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Para mim, o político verdadeiro mostra por que quis se eleger, mudando o que ele encontrou parado e transformando, com obras, assistência, e desenvolvendo para melhor aquilo que passaram para suas mãos.
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O maranhense Luis Alberto Serra Cardoso, 46 anos, experimentou tragicamente, na manhã de quarta-feira passada, o dilema enfrentado diariamente pelos paraenses. Abordado por 2 assaltantes, na tentativa de escapar, Luis, desesperado, tentou atravessar a BR. Foi atropelado e morto, a poucos metros do Hospital Metropolitano, em Ananindeua, por um ônibus da linha Mosqueiro/Belém.
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A imensa maioria da população paraense convive com esse risco no dia a dia, prensada entre opções que levam, em geral, a um único caminho: o beco sem saída. Isso quando o ônibus não nos pega.
Vivemos ao desabrigo da insegurança, o horizonte carregado de perigos, assemelhando-se mais a um torniquete.
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O desafortunado Luis experimentou exatamente o transe de estar entre 2 dos mais graves motivos de alarme entre nós:
o carnaval de assaltos, sequestros-relâmpago,
todo o tipo, enfim de banditismo, de um lado, o trânsito selvagem, abrutalhado e criminoso que nos comprime as margens e literalmente, as calçadas, já que costuma invadi-las, ao nelas estacionar irregularmente, de atravessado, para interromper o caminho, desviar e atrair sua presa, o pedestre, à arena do asfalto, onde a carnificina é impiedosa.
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Luis experimentou essa situação, equivalente ao popular: se correr o bicho come. Pegou e comeu.
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Mas, obviamente, nossa vulnerabilidade vai muito além da (in)segurança pública e do trânsito sacrificante.
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Também se está entre a cruz e a caldeirinha, entre guardar-se da mosca e ser comido pela aranha, quando nos defrotamos com as opções políticas, com a saúde pública ( e também privada, ainda que menos), com as alternativas entre Remo e Paissandu, com os serviços de telefonia disponíveis, incluindo os de banda larga, o transporte público, os serviços de energiae fornecimento de água.
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Bem, vocês podem seguir enfileirando.
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Enfrentar o bandido ( e o seu humor instável), agravado diante do fato de ele portar um tresoitão) ou a BR?
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Recorrer à Câmara Municipal ou à Assembleia Legislativa?
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Ana Júlia ou Jatene?
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O Pará como está ou dividido?
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Boi Caprichoso ou Garantido?
(Opa, não este problema, alívio, não é nosso.)
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OAB ou Associação de Magistrados do Pará (Amepa)?
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Carnaval de rua na Cidade Velha ou xixi na Cidade Velha?
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Dengue ou gripe suína?
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Pronto-Socorro da 14 ou Hospital Metropolitano?
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Dengue ou gripe suína?
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Sem-terra ou sem-toras?
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Duciomar ou Duciomar?
(Se é que vocês me entendem, que eu mesmo já não me entendo.)
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Decidir-se diante dessas alternativas é estar entre um penhasco e outro, ou, se o leitor, mesmo no sufoco, não dispensa o latim, é inter sacrum et saxum stare, quer dizer, estar entre a bigorna e o martelo; é arder entre dois fogos (no mármore do inferno), andar nos cornos do touro; é sentar-se num barril de pólvora, estar com a corda no pescoço, bulir em casa de morimbondos."
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* Elias Ribeiro Pinto > no Diário do Pará.
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3 comentários:
Você é demais...........poeta Ronaldo!
Deus ou o Diabo?
Téo
O encarnado ou o esculpido?
Eu estou dentro de casa limpando os vasos que podem dar dengue e esperando o "libertas quae sera tamem". Bjsssssssssss
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