domingo, 17 de janeiro de 2010

Obrigado
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Aos que me dão lugar no ônibus
e que conheço não sei donde, aos que me dizem terno adeus
sem que lhes saiba os nomes seus,

aos que me chamam de deputado
quando nem mesmo sou jurado,
aos que, de bons, se babam: mestre!
inda se escrevo o que não preste,
aos que me julgam milionário

se pego aumento de salário
e aos que me negam cumprimento
sem o mais mínimo argumento,

aos que não sabem que eu existo,
até mesmo quando os assisto,
aos que vomitam meus poemas,
no mais simples vendo problemas,
aos que, sabendo-me mais pobre,
me negariam pano ou cobre,
-eu agradeço humildemente
gesto assim vário e divergente,
graças ao qual, em dois minutos
tal como o fumo dos charutos,
já subo aos céus, já volvo ao chão,
pois tudo e nada nada são.
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* Drummond
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