quinta-feira, 24 de setembro de 2009

5 horas da tarde

(...) Ossos e flautas soam-lhe ao ouvido
às cinco horas da tarde
Por sua frente já mugia o touro
às cinco horas da tarde
O quarto se irisava de agonia
às cinco horas da tarde
De longe se aproxima a gangrena
às cinco horas da tarde
Trompa de lírio pelas verdes virilhas
às cinco horas da tarde
As feridas queimavam como sóis
às cinco horas da tarde
e as pessoas quebravam as janelas
às cinco horas da tarde
Às cinco horas da tarde
Ai que terríveis cinco horas da tarde!
Eram cinco horas em todos os relógios!
Eram cinco horas da tarde em sombra!
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a morte brotou ovos na ferida
às cinco horas da tarde
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Às cinco em ponto da tarde.
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Poema de Frederico García Lorca:"Pranto por Ignacio Sánches Mejías."
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Um comentário:

papistar_nunes disse...

Não sei então porque ele não trocou que nem eu para às cinco horas da manhã, onde se tem o melhor sono, onde é bom se chegar da rua ou escutar o canto dos galos e onde um amor sueco brotou sua semente no meu coração e na minha líbido. Viva o fazer amor as cinco horas da manhã. smackssssssss