Certos comportamentos de jogadores dentro e fora de campo denunciam a fortíssima influência do marketing nos gestos aparentemente banais. Vai daí que o torcedor mais esclarecido já não se deixa levar pelos carrinhos em bolas esticadas rumo à lateral ou à linha de fundo. Há até bem pouco tempo isso era visto como demonstração de raça genuína, amor desmesurado pela camisa. Hoje o torcedor (aquele mais esclarecido) sabe que o esforço inútil tem apenas o intuito de iludí-lo.
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Outra praga do futebol contemporâneo, o beijo de Judas no escudo do time pelo jogador recém contratado, felizmente foi quase banida. A rejeição ao gesto é tão ampla, geral e irrestrita que mesmo os boleiros mais cara-de-pau já refugam na hora de aplicar o ósculo no símbolo dos clubes.
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Bruno (...) Como a criatividade humana é máquina em constante movimento, eis que logo aparecem outras formas refinadas de hipocrisia explícita, capazes de demolir a resitência até dos mais
cabreiros arquibaldos. É o caso das comemorações iradas de goleiros e zagueiros, pricipalmente, diante de uma defesa mais arrojada ou desarme junto à área.
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(...) Levanta os braços, cerra os punhos, trinca os dentes como Wolverine e bate os braços no peito como o homem de Neardenthal, em perfomance teatral que normalmente arranca aplausos entusiasmados da massa ignara. Na TV, a encenação adquire contornos ainda mais dramáticos e o sujeito incorpora o deus da raça.
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(...) Engraçado é que nos campeonatos europeus dificilmente há lugar para esse tipo de presepada. Mesmo os brasileiros passados na casca de alho contêm o ímpeto na hora de extravasar seu carinho por um clube. Talvez por saberem que o torcedor do Velho Continente é bem mais crítico e resitente a esse tipo de manifestação espalhafatosa.
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Um comentário:
Eu não me espanto pois existe a teoria de que o homem vem do macaco ahahahahahaha.
Pobres gorilas!! Sendo imitados em seu grito de guerra por essa espécime imbecil que não tem criatividade e que bem poderiam se fossem inteligentes, fazer uma reverência ao estilo da monarquia, para uma platéia que carece de boas maneiras, onde um simples gesto "macacal" pode gerar uma histeria coletiva.
Vade retro!!!
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