quarta-feira, 10 de junho de 2009

A supremacia Vampeta

* Fiquei abismado com a entrevista do presidente do Paissandu dizendo que, como se trata "apenas" de promessa, não se sente impelido a pagar imediatamente as gratificações dos jogadores pela conquista do título estadual.
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Observou que, entre a promessa e a obrigação legal, prefere a segunda: honrar o pagamento de salários.
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Muito edificante e até elogiável a parte do respeito ao salário dos atletas. Mas, sob todos pontos de vista, terrível a justificativa para o atraso nas gratificações.
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(...) Não estou aqui tentando reinventar a roda ou crucificar o dirigente, mas apenas chamar a atenção para um velho aleijão da estrutura do futebol brasileiro.
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Não é só o Paissandu que problemas dessa ordem ocorrem. É praxe em quase todos os clubes brasileiros. Os dirigentes não remunerados, atuam sob impulso, distribuindo ordens e tarefas, fazendo cobranças de resultados e metas, mas pouco preocupados com a remuneração automática correspondente a essas obrigações.
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Daí a assustadora quantidade de acordos descumpridos e contratos quebrados que conduzem à montanha de processos trabalhistas que praticamente inviabilizam a vida dos clubes. Decorre dessa realidade a imagem que a maioria dos atletas faz da elite de dirigentes brasileiros.
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Tivessem voz - e coragem - quase todos repetiriam o célebre mantra do guru Vampeta, proferido num momento de irritação com os atrasos de pagamento no Flamengo.
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"Eles fingem que pagam e eu finjo que jogo"
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Em poucas palavras e com extrema precisão, o velho volante baiano descreveu uma das farsas que corroem a estrutura do futebol brasileiro.
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* Gerson Nogueira >hoje <>no Jornal Diário do Pará.
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2 comentários:

Adina De oliveira disse...

Bom, eu ouvia meu saudoso pai dizer quando era juiz de futebol: "apitar um jogo qdo esses "meninos" estão insatisfeitos é dureza"...rsrsrs

papistar_nunes disse...

Parece que esses dirigentes não sabem que promessa se paga e de preferência bem rápido.É só observar os promesseiros de joelhos esfolados, do Círio de Nazaré que mesmo quase mortos, tem que chegar a basílica para pagar suas promessas.
"Eles fingem que pagam, eu finjo que jogo".
O dirigente finge que paga, o Vampeta finge que joga e nós torcedores fingimos que gozamos após uma partida dessa recheada de falsas energias.
Palhaçada!!!