Na foto: Guilherme Augusto E com vocês, Guilherme Augusto, com mais de 30 anos de jornalismo.
Nenhum livro escrito e nenhum à vista, mas já plantou várias árvores e um filho.
Um competente jardineiro das letras: colhe palavras e semeia tempestades.
Vamos passear no seu quintal das flores e espinhos?
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Blog do Poeta: Da sua geração de jornalistas, quem ainda dá nas pretinhas?
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Guilherme Augusto: Nas pretinhas exatamente acho que ninguém dá, no bom sentido.
Todos aderiram , até porque é uma exigência de mercado, ao computador. Fora o saudoso Bandeira, a minha geração de repórteres está na ativa: Palmério, R. José, Lúcio, R. Costa, Nélio, Brasiliense, Barra, entre outros. Você mesmo, Ronaldo, está aí batucando nas teclas.
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BP: Como jornalista é melhor ser estilingue ou vidraça?
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GA: Estilingue, claro! Mas ser vidraça faz parte do jogo. Recebo e-mails que me esculhambam sem dó nem piedade. O diabo é que essa gente não mostra a cara. Usam o anonimato para bater.
Pensando bem, são medrosos.
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BP: Na sua antologia do jornalismo caboclo, quem compareceria?
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GA: Prefiro não provocar ciúmes citando nomes. Mas a produção jornalística local de gerações passadas e recentes merece fazer parte inclusive de antologias nacionais.
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BP: O que você recorda do tempo em que as areias das praias (de Salinas e Mosqueiro) gemiam cuim, cuim, cuim ?
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GA: Muita sacanagem.
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BP: Qual a melhor paisagem humana de Belém?
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GA: O Círio.
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BP: Onde é que se pode ver o peso de nossa cultura?
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GA: No Ver-O-Peso, óbvio. Na Academia Paraense de Letras é que não é.
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BP: A elegância reduziu-se a uma calça velha, azul e desbotada?
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GA: Nada contra.
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BP: O machismo é uma arma de sedução?
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GA: Peralá, isso não cola faz tempo.
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BP: Onde seria a nossa calçada fama?
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GA: Ali na Riachuelo, onde muito artista, até internacional, deixou a sua marca.
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BP: Tom Jobim, dizia: "A inteligência é o mais pobre dos atributos do homem". Você concorda?
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GA: Meio fora do tom, mas como duvidar de um gênio?
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BP: "O pior cego é o que vê tevê" (Millôr). Você pensa assim?
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GA: Um pouco de gênero e muito preconceito do genial Millôr. Claro que não penso assim. Não se esqueça que a imprensa já foi tratada como alguns tratam hoje a televisão. As correções de rumo
são feitas com o tempo.
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BP: A tevê sulista mudou o nosso jeito de falar, vestir-se, beijar e, talvez de fazer amigos?
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GA: Influência de fora sempre existiu. Ela se mescla com a cultura local. Às vezes é bom, às vezes não. Taí a presença européia nos usos e costumes e na arquitetura de Belém. Até o Paulo Cal aprova. Isso não basta? Quanto a beijar, se mudou, eu não fui avisado. Pra mim continua boca a boca, língua com língua, saliva com saliva, etc. O que mudou ?Aliás, como é bom, né não?
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BP: O que lhe parece a empáfia política e a seriedade do palhaço?
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GA: Palhaço sério? Era o que faltava!
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2 comentários:
Gosto de ler a sua coluna.Ele tem boas sacadas.É irônico e inteligente.
Téo
No Diário do Pará ele faz a coluna mais lida da cidade.Com coragem e determinação.Parabéns.
Edila Serra
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