sexta-feira, 9 de abril de 2010


Recadinho poético de Abdias Pinheiro (foto):

Vai meu preto, vai!

Diz de um poema que caiu de um caderno.
Ficou torto, estropigaitado.

Diz que arrasta a voz atrás da rima.

Vai meu preto, vai!

Diz que arrasta a voz atrás da rima.
Diz de uma donzela alva, macia,
olhos de vigiamento pelos cantos da prosa.
Diz das coisas do coração.

Vai meu preto, vai!
Carpida teus versos em chorosa voz.
Lamenta o cantar do sabiá órfão,
pedregulhado por baladeira mortal...

É meu preto, vai!
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***

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