sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Exclamação de carne

Foto:Pedro Nosso exclamação de carne
teu corpo escreve
os ossos dobrados
de interrogações
sob a pele
estendida em reticências
como barco
quebrando-se
em letras
nas linhas da praia
.
Depois
nem o mar
existiu...
E o vento
apagou
as tuas palavras
.
(RF)
.
***

2 comentários:

Vieira disse...

Maravilhoso! Mulheres como interjeições, barcos e rastros. Poucos com olhos de poeta as conseguem decifrar, ao surgir e ao desaparecer.

Anônimo disse...

Sua poesia descobre os mistérios da mulher.
Adoro o que você escreve. Tanto aqui, como no jornal.

Cecília Barata