As Chuvas De Abril Esse menino-peixe
Esse menino navega no mar que não mais existe
Esse peixe brinca no impossível anzol
Boiando nos exatos 30 dias de Abril
30 dias de Abril
De calor pedindo letras nuas
De amor tirando o terno de intelecções
De Paranatinga abrindo o rum do vazio
.
30 dias de Abril
De respirar um pixé de solidão
Nel mezo del camim
Com um Ruy sem fim
E marinhagem nos bares:
Remando rumos de
Rimas extremas
...
Esse Abril invisível como vento
Movimenta as folhas da carne
E sobe em resma de sexo
.
Balança em
Rede sem pátria mãe
Rede sem pátria filha
.
Belém > berço ao vento morno:
Rodeado de música
Rodeado de Juliana, Aíla, Gigi, Alcyr,
Pedrinho (foto), Paulo André, Adriana,
Dayse, Lia, Alba, Lívia (foto),Cacau e Nanna Menina Belém!
E que prisão tem a chuva de Abril
Se quando cessa
Continuamos dentro dela?
.
De qual rio
suspenso
somos vítimas?
.
E quantos segredos ( e medos)
Abrem
Goteiras nas línguas?
.
E quanta intimidade
visita
o bordel das conversas?
.
Abril aqui
É notícia
Que o leitor espalha
Bate à sua porta
E chama ao show da vida:
- A pobre administração escolar
O professor e o seu salário
O estudante que não lê
O pai e a mãe que não olham os seus filhos
Os filhos sem casa
O futebol político
"Os mano" paralíticos mentais
A paralisia cultural
A gula do poder
O crime desensinando a humanidade
O aquário dos empregos
O peixe grande fora da prisão
A cidade abandonada em doce mar
O político usando um olho e meias palavras
A desinteligência ganhando auréola na Tv
.
*
(Ronaldo Franco)
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P.S -Lembrem: na Semana Santa as verdades se curam para adoecer na segunda-feira!
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***
12 comentários:
Excelente texto, poeta.Muito sincero.
Ivany Ribeiro
Você sempre atento aos que fazem de seus suores a arte.
Adorei!!!
Adorei a foto. Adorei o poema.
Adorei você. Adorei nós.
Beijos
Andréa Cavalléro
Que lindo e emocionado texto, amado poeta.
Beijos de Hortência Meireles.
Meu poeta, parceiro sensível!
Adorei o texto! Obrigado pela foto, carinho, amizade e pela generosidade.
Bjs do Pedrinho Cavalléro
Delícia de texto, poeta! Me vi agora encharcada de abril, com os olhos brilhando... brilhando... como os dedos nas cordas dos violões. Um suspiro e então Belém nasce tão única dentro da gente, né? Bjs.
Digliane Almeida
Ronaldo,
o seu blog é um jornal de Belém.Bonito.Diferente.Pega o leitor internauta e convida para
passear na poesia.
Chuvas de abril é um ótimo texto.Uma manchete da sua paixão pela sua cidade .Parabéns.
Beijos, meu querido.Euci Medeiros.
Magnifico texto
Acredito que ser poeta é viver a vida em sua essência maior. A Vida é poesia.
Parabéns Poetinha Lindo.
A nossa miséria cultural com palavras certas. Sem ofensas.Formidável, poetinha.
Lívia
O que buscamos aqui é, o sempre excelente poeta, que simplifica em mínimas palavras a realidade da cultura paraense.E sempre com elegância.Parabéns.Inês Vilaça.
Show! Vc sempre é um show.
Téo.
Amigo, lindo texto...obrigada pelo carinho de sempre!!! Amei a foto!! Bjão pra ti, Lívia Rodrigues.
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