domingo, 25 de julho de 2010

Tacacá A cuia nas mãos em concha

Bebo o tucupi mais amarelo
que Van Gogh pela manhã

O jambu
repete os tremores do beijo

A pimenta
é como pôr saliva sobre os olhos

O sal e o alho espantam o tédio

Um gole na goma:
-Um súbito vulcão do prazer

É preciso morder o camarão
e sentí-lo na boca com o seu todo

Não se arranca o tacacá
das mãos da tacacazeira:

Cheira-se
Olha-se
Degusta-se

Como quem se debruça sobre o amor
enquanto a tarde some...

.
(RF)
.
***

3 comentários:

Anônimo disse...

meu amigoo, eu simplesmente amei...fora a vontade que me matou agorinha mesmo de tomar um tacacá...hummm...to sentindo até o cheiro com esse poema.Sempre nos surpreendendo.Que Deus mantenha sempre esse amigo maravilhoso.

sua amiga,Nancy Pessoa.

Anônimo disse...

Lindo poema, querido Ronaldo.

Alana Chermont

ubogea disse...

Companheiro muita inspiração;divino
um abraço