quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Boa sorte, Barak Obama




Boa sorte, Barack Obama!
josémariaLealpaes

Abençoar (bless) é pouco. Quem haverá de salvar a América? Pelo discurso de posse do 44º presidente norte-americano, desconfio, não será um, porém muitos Barack Obama, em série, negros, brancos, amarelos, não seis quantos anos e mandatos mais à frente. Obama, discurso inferior ao de John F Kennedy, 48 anos atrás, parecia dar voz a redivivo Hércules - Sansão, cabeludo, não entra na comparação e Michelle não é Dalila - vindo das ondas do Havaí e destinado a 12 perigosíssimos trabalhos de salvação dos mercados, das bolsas, das bancas, por sentença de algum oráculo globalizado. Parecia carregar o mundo das terras e gentes nas costas, naquele momento de êxtase coletivo na Capitol Hill, em Washington.
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A mídia potencializa o clima de alumbramento e unanimidade nacional. Falso. Obama teve 53% dos votos contra 47% de McCain e não venceu entre os wasp (brancos, anglo-saxônicos e protestantes), a elite ainda detentora de muitos saberes e poderes, nem entre os eleitores mais velhos. Negros, jovens, latinos e outras minorias foram à luta pela mudança de cor na Casa Branca, conclamaram os indecisos, reduziram a histórica abstenção, tangidos por preciosa porém recorrente sacada publicitária - "we can" - e US $ 745 milhões arrecadados (sobraram US $ 30 milhões) na mais milionária de todas as campanhas presidenciais estadunidenses. Nas urnas, a visibilidade do racha aflorou indiscutível.
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A indiscutível pujante democracia acima do Rio Grande está enferma. Todavia, e como ninguém, entende de desaceleração, recessão e depressão econômicas. Como ninguém, faz da morte - a guerra - o caminho da recuperação, da ressurreição. Já fez: num lapso de 13 anos, saiu, com FD Roosevelt, da tragédia da quinta-feira negra 24 de outubro de 1929 e do isolacionismo para, com Harry Truman, torrar milhares de japoneses com duas bombas atômicas e, desde então, dar ordens unida e desunida ao planeta Terra. Ninguém ousou tanto nos três reinos da natureza. Os EUA não escolhem presidentes, empossam comandantes. Virtudes como a liberdade e a garantia de oportunidades para todos ladeiam equívocos e deliberadas maldades, como o Iraque.
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Alguém pode arrematar: - é o homem, estúpido!
Boa sorte, Barack Obama!

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Um comentário:

Carina Melo disse...

O mundo todo torce para que Obama faça um governo para a humanidade.