O Guarda-Chuva
.
dobrado em sua solidão
em sua única asa
negra
seu secreto escuro
.
sujo e ignorado
em seus arames
entendiado objeto
inventor de sombras
.
aguarda
as consequências
dos ventos e dos relâmpagos
para abrir-se
no mesmíssimo vôo
sobre um ombro qualquer
.
cobre
o encontro urgente
na hora necessária
a alegria debaixo da espera
o susto das palavras
na cabeça da noite
.
e não deixa
a água molhar a mão
que segura o rosto
incendiado
no beijo pensado
.
como um pássaro
que liga a chuva ao amor
.
***
(RF **Ronaldo Franco)
.
***
8 comentários:
Poeta amigo, é perfeita a forma q vc se refere a ele, acho q vc diz algo muito parecido com q tento dizer ao faze-los e me encanta que alguém veja um pouco como eu vejo as coisas.
Lindas palavras, linda homenagem
obrigado pela sua sensibilidade!
bjs
"dobrado em sua solidão
em sua única asa
negra
seu secreto escuro"
... e aquela poesia que nos toca porque recai sobre o banal e o imanta numa vida só criada pelo olhar humano.
lindo poema!
beijos!
Que a chuva caia sempre por cima de mim...
Beijos meu poeta, construtor de palavras!
Tua amiga, Prisca
Lindos os versos de Josette e Michelle.
Parabéns, Poeta Ronaldo, pela excelência do blog!
Abraços!
"Dobrado em sua solidão" desdobra-se sobre a solidão do ser que refugia-se no guarda-chuva, esta é apenas uma das belíssimas e singulares imagens sugeridas pelo poema; obrigada por nos proporcionar isso.
Bjo
Tu és um grande poeta.
Wanderson Medeiros.
Seu "guarda-chuva" é o protagonista herói em suas qualidades excepcionais... ao ler, nos protegemos das chuvas que molham de angústia nossas almas.
Bravo!
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