segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Poema de Max Martins


Ver-O-Peso


A canoa traz o homem
a canoa traz o peixe
a canoa tem um nome
no mercado deixa o peixe
no mercado encontra a fome
.
a balança pesa o peixe
a balança pesa o homem
a balança pesa a fome
a balança vende o homem
vende o nome
vende o peso
.
peso de ferro
- homem de
barro
.
vende o peixe
vende a fome
vende e come
a fome
vem de longe
nas canoas
ver o peso
.
come o peixe
o peixe come
o homem?
.
pese o peixe
pese o homem
o peixe é preso
o homem está preso
presa da fome
.
ver o peixe
ver o homem
vera morte
vero peso.
.
***

3 comentários:

Anônimo disse...

Oi, Ronaldo, é inegável o peso reprentativo da poesia de Max Martins,com certeza um dos maiores poetas da contemporaneidade. Sua poética é influenciada pela poesia visual de Mallarmé, bem como pela irreverência dos concretistas. Esse poema "Ver-o-Peso" tem um ritmo que se confunde com o movimento do nosso real Ver-o-Peso, ao lermos é como se estivéssemos lá, naquele frenético transito de cores, sabores, cheiros e gentes.
A cada dia seu blog se torna mais elucidativo no que se refere à valorização da cultura de expressão amazônica.
Grande bjo.

Anônimo disse...

Lindo. Senti o banzeiro dessa canoa. Ele é o MAX.
abraço-açú
Pedrinho Cavalléro

Amanda Celeste Pimentel disse...

Que lindeza !Adorei conhecer Max Martins. Quanta energia e força. Obrigada Gui.