quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O Rei Pelé > Armando Nogueira

"Durante anos, tentei decifrar o mistério de Pelé, seguindo, com os olhos perdidos, as linhas invisíveis que a bola traça no campo, vaivém do jogo.
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E, no entanto, era tão fácil de decifrá-lo na pureza do gesto que o aproxima dos deuses sem afastá-lo dos homens.
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Pelé dos gols de placa, dos dribles verticais, oblíquos, horizontais. Pelé, ao mesmo tempo arco e flecha, acionando e alvejando.
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Quanta coisa bonita inventaste pelos campos deste mundo, amigo Pelé; milagre de equilíbrio a romper estruturas individuais e coletivas no terreno congestionado da grande área!
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Agora, finalmente, o entendo: agora, que já não se festeja mais com o mesmo encanto aquele soco no ar mandando aos céus, como uma prece, o sol imaculado."
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Um comentário:

papistar_nunes disse...

Como nada é perfeito, esse homem que se aproxima de Deus sem deixar de ser homem, só peca quando insiste em ser ator e cantor ahahahahaha.
Viva o nosso querido Rei Pelé, a bola é dele e a poesia é do nosso querido Ronron.Beijosssss