revólver
.
tirem-me daqui
este revólver
inútil atirar
com ele
.
seus disparos
díspares, curvos
.
como bumerangues
me acertariam
de volta, no alvo
em cheio
.
( 0 )
.
buracos no peito
já os tenho
agora
basta
.
queria matá-la
mas não resolve
.
em minhas mãos
este revólver cheio
.
de balas perdidas
voltando pra casa.
.
Poema de Paulo Vieira * Do livro Orquídeas Anarquistas * Prêmio IAP de literatura (poesia) 2007.
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