quinta-feira, 6 de março de 2008

Líbero, o idealista (José Carneiro)


A figura do cineasta, político e escritor Líbero Luxardo, com seu nome esquisito, poderia ser sintetizada numa só palavra: idealista.
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Pois foi o idealismo que marcou sua vida, sobretudo a partir do momento em que chegou ao Pará e aqui se instalou, com mala e cuia, no final da década de 1950.
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Cineasta de renome nacional (“A Retirada da Laguna” marcou sua carreira), o paulista Líbero Luxardo foi atraído pelo imaginário da região amazônica para fincar o tripé de sua câmera e aqui convertido ao baratismo, que o fez lançar-se na política para manter a chama do seu ideal maior, a cinematografia, no sentido bem amplo da palavra.
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Na relativa segurança e prestígio dos cargos públicos que desempenhou, no executivo e no legislativo, (começou como fotógrafo oficial do governador Magalhães Barata) Líbero Luxardo pode continuar a implementar sua obra, que tinha em conta retratar a região, quer fosse em documentários ou na ficção, usando sempre os elementos próprios da realidade de que dispunha.
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Nessa luta idealista, além de documentários valiosos e livros importantes, Líbero Luxardo tornou-se o primeiro cineasta a filmar um longa-metragem essencialmente paraense, caso de “Um dia qualquer”, lançado em 1965, ao que se seguiram os outros longa metragens que compõem sua biografia cinematográfica, quais sejam “Um diamante e cinco balas”, “Marajó Barreira do Mar”, e “Brutos Inocentes” . Entre seus livros, além do roteiro de “Um dia qualquer” estão “Marabá”, “Marajó, "Terra Anfíbia” e “Maldição”.
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Líbero Luxardo teve sua memória registrada como nome de uma sala exibidora do Governo do Estado. Ainda é pouco. O cineasta precisa ser mais relembrado, pelo muito que seu idealismo intentou fazer pela região.

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